ROBÔS NÃO PODEM AMAR!
O Gene?
O gene define nosso comportamento.
Ainda que tenhamos o livre arbítrio, não podemos contrariar
as diretrizes do gene, as leis da genética (como as leis da robótica
do Isaac Asimov), impunes.
Altruísta
Só conseguimos ser altruístas quando estamos seguros, ou
seja, não existe ameaça para o nível mais alto de exigência genética. Quando
desrespeitamos essa ordem, precisamos de muita força moral e sacrifício pessoal
para enfrentar as situações.
Atropelado
Para se adaptar o gene precisa de várias gerações, desde que
as condições não variem muito de geração para geração, de forma a permitir um
“aprendizado” do gene.
As mudanças que estamos promovendo no ambiente, modo de
vida, processos etc., estão sendo muito mais rápidas do que o gene pode
acompanhar, então ele está sendo atropelado pela evolução ao redor.
O gene evolui também no indivíduo, mas de forma quase
imperceptível nos humanos, tanto que o DNA serve como identidade. Em alguns
seres vivos, com as bactérias, essa evolução no indivíduo é mais intensa.
A evolução no indivíduo pode ser comparada à conformação de
um carro ao seu dono (desgaste, deformações etc.). Ao dirigir o carro de outra
pessoa, ainda que da mesma marca e modelo, achamos estranho.
E essa evolução no indivíduo, já ínfima, está se reduzindo.
Voltando ao paralelo com os carros, quando era tudo mecânico a adaptação era
maior, agora com os sistemas by-wire, fica mais difícil, porque a força física
diminuiu drasticamente e os materiais são mais duráveis e permanentes,
portanto, os desgastes, deformações etc. diminuíram muito e as ações são
“interpretadas” por um computador que aciona os diversos sistemas do carro
através de servomecanismos. Com isso a nossa intenção é filtrada por um
interpretador que reduz imensamente a complexidade dos nossos movimentos para
algo como “sim ou não”, “quer ou não quer”.
Da mesma forma a comunicação humana está cada vez mais
“intermediada”, os “smyles” são um ótimo exemplo, já percebeu como é difícil
escolher um em certas situações.
Imaginemos um dispositivo simples, um interruptor de luz,
por exemplo: Uma alavanca ou tecla que, quando mudamos sua posição, fecha um
circuito elétrico e faz uma lâmpada acender. Esse é um bom ponto de partida
para entendermos como funcionam os sistemas.
Qual o grau de liberdade que esse sistema tem?
Aparentemente nenhum, ou seja, uma vez acionado o
interruptor a luz se acenderá. Claro que, para efeito do nosso exercício,
sempre admitiremos que tudo está funcionando perfeitamente.
Então, vamos sofisticar um pouco. Imaginemos um sensor de
presença junto à nossa lâmpada, permitindo que ela se acenda apenas na presença
de alguém no ambiente.
Agora o nosso sistema já tem um grau de liberdade, porque
mesmo que eu ligue o interruptor ele pode decidir se permite ou não o
acendimento da lâmpada, em função da informação ‘presença de alguém no ambiente’.
Muito bem, posso então ligar o interruptor à noite,
permitindo ao sistema acender ou apagar a luz conforme haja presença no local e
desligá-lo durante o dia.
Mas, se eu quero ligar de noite e desligar de dia, devido à
existência ou não de iluminação natural suficiente, por que não introduzir, no
lugar do interruptor, um sensor de luz.
Aí eu estarei delegando mais uma tarefa ao sistema, deixando
que ele decida se a lâmpada deve ficar acesa ou apagada em função de duas
condições, existência de iluminação natural e presença.
Bem, agora que sabemos como programar um robô – sim porque
esse sisteminha chinfrin é um robô, simplesinho, mas é – então, já que sabemos
as bases da programação, podemos avaliar como deve ter sido programado o ASIMO
da HONDA, por exemplo: New Honda Robot ASIMO
Trata-se de elaborar rotinas similares às que usamos para
nossa lâmpada, só que cada vez mais complexas, de forma a atender àquilo que
queremos que o nosso robô faça.
Entretanto, por mais complexa que seja a programação que
possamos imaginar sempre limitará nosso robô às opções previstas pelo
programador.
Se o nosso sisteminha não reagia a comandos de voz, por
exemplo – lembram-se: ele só percebia luz e presença – não vai adiantar gritar
com ele, da mesma forma que o ASIMO não reage a muitas coisas e nem pode
decidir, por exemplo, se algo é feio ou bonito, pois não possui a lógica
necessária para isso.

Hoje sabemos que somos filhos e reféns de uma programação,
de um código determinado pela sequência genética de nosso DNA, portanto, me
parece não haver dúvida sobre isso: estamos limitados a essa programação.
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