01/11/2013


ROBÔS NÃO PODEM AMAR!

O Gene?


Egoísta
O gene define nosso comportamento.
Ainda que tenhamos o livre arbítrio, não podemos contrariar as diretrizes do gene, as leis da genética (como as leis da robótica do Isaac Asimov), impunes.

Altruísta
Só conseguimos ser altruístas quando estamos seguros, ou seja, não existe ameaça para o nível mais alto de exigência genética. Quando desrespeitamos essa ordem, precisamos de muita força moral e sacrifício pessoal para enfrentar as situações.

Atropelado
Para se adaptar o gene precisa de várias gerações, desde que as condições não variem muito de geração para geração, de forma a permitir um “aprendizado” do gene.

As mudanças que estamos promovendo no ambiente, modo de vida, processos etc., estão sendo muito mais rápidas do que o gene pode acompanhar, então ele está sendo atropelado pela evolução ao redor.

O gene evolui também no indivíduo, mas de forma quase imperceptível nos humanos, tanto que o DNA serve como identidade. Em alguns seres vivos, com as bactérias, essa evolução no indivíduo é mais intensa.

A evolução no indivíduo pode ser comparada à conformação de um carro ao seu dono (desgaste, deformações etc.). Ao dirigir o carro de outra pessoa, ainda que da mesma marca e modelo, achamos estranho.

E essa evolução no indivíduo, já ínfima, está se reduzindo. Voltando ao paralelo com os carros, quando era tudo mecânico a adaptação era maior, agora com os sistemas by-wire, fica mais difícil, porque a força física diminuiu drasticamente e os materiais são mais duráveis e permanentes, portanto, os desgastes, deformações etc. diminuíram muito e as ações são “interpretadas” por um computador que aciona os diversos sistemas do carro através de servomecanismos. Com isso a nossa intenção é filtrada por um interpretador que reduz imensamente a complexidade dos nossos movimentos para algo como “sim ou não”, “quer ou não quer”.

Da mesma forma a comunicação humana está cada vez mais “intermediada”, os “smyles” são um ótimo exemplo, já percebeu como é difícil escolher um em certas situações.


Imaginemos um dispositivo simples, um interruptor de luz, por exemplo: Uma alavanca ou tecla que, quando mudamos sua posição, fecha um circuito elétrico e faz uma lâmpada acender. Esse é um bom ponto de partida para entendermos como funcionam os sistemas.

Qual o grau de liberdade que esse sistema tem?

Aparentemente nenhum, ou seja, uma vez acionado o interruptor a luz se acenderá. Claro que, para efeito do nosso exercício, sempre admitiremos que tudo está funcionando perfeitamente.

Então, vamos sofisticar um pouco. Imaginemos um sensor de presença junto à nossa lâmpada, permitindo que ela se acenda apenas na presença de alguém no ambiente.

Agora o nosso sistema já tem um grau de liberdade, porque mesmo que eu ligue o interruptor ele pode decidir se permite ou não o acendimento da lâmpada, em função da informação ‘presença de alguém no ambiente’.

Muito bem, posso então ligar o interruptor à noite, permitindo ao sistema acender ou apagar a luz conforme haja presença no local e desligá-lo durante o dia.

Mas, se eu quero ligar de noite e desligar de dia, devido à existência ou não de iluminação natural suficiente, por que não introduzir, no lugar do interruptor, um sensor de luz.

Aí eu estarei delegando mais uma tarefa ao sistema, deixando que ele decida se a lâmpada deve ficar acesa ou apagada em função de duas condições, existência de iluminação natural e presença.

Bem, agora que sabemos como programar um robô – sim porque esse sisteminha chinfrin é um robô, simplesinho, mas é – então, já que sabemos as bases da programação, podemos avaliar como deve ter sido programado o ASIMO da HONDA, por exemplo:   New Honda Robot ASIMO

Trata-se de elaborar rotinas similares às que usamos para nossa lâmpada, só que cada vez mais complexas, de forma a atender àquilo que queremos que o nosso robô faça.

Entretanto, por mais complexa que seja a programação que possamos imaginar sempre limitará nosso robô às opções previstas pelo programador.

Se o nosso sisteminha não reagia a comandos de voz, por exemplo – lembram-se: ele só percebia luz e presença – não vai adiantar gritar com ele, da mesma forma que o ASIMO não reage a muitas coisas e nem pode decidir, por exemplo, se algo é feio ou bonito, pois não possui a lógica necessária para isso.


Hoje sabemos que somos filhos e reféns de uma programação, de um código determinado pela sequência genética de nosso DNA, portanto, me parece não haver dúvida sobre isso: estamos limitados a essa programação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário