Paranoicoceno II
( o eterno retorno )
13/06/2020

Eu sei, parece obsessão - talvez seja mesmo - mas os fatos são muito eloquentes, gritam desesperadamente para que alguém os denuncie.

O que tenho visto nas últimas semanas é mais um desses momentos.


Não falo da pandemia não, é da política mesmo.

Por quê o homem comete atrocidades e se comporta como um monstro?
A resposta é bem simples: medo!

Eu conheço pessoas que acreditam em deus, em outras vidas, em seres alienígenas, em religiões, em ideologias, em "mitos" etc.
O que elas têm em comum?

Algum nível de frustração com a realidade, seja em relação a suas próprias vidas, seja em relação às injustiças do mundo e buscam desesperadamente acreditar em uma alternativa.

Quando esse sentimento vem acompanhado do medo, a monstruosidade emerge.

Assim nascem os criminosos de todos os graus e também os piores tiranos.

Infelizmente percebo que o medo, mais uma vez, está atrapalhando nosso julgamento... não, na verdade não é uma infelicidade ou um azar, reconheço que é parte do processo, algo inevitável e, sendo inevitável, não posso achar que é bom ou ruim.

O medo, nestes tempos de radicalização, mais do que qualquer outro sentimento, vem determinando as atitudes de governantes e governados.

Hoje temos um presidente que é dominado por esse sentimento que, mais do que uma simples emoção, é o principal fator na definição do caráter de uma pessoa.

Todos são seus inimigos - e o big boy lá de cima compartilha a mesma noia - vive se defendendo até da sombra. É interessante perceber como fica evidente que o maior risco que ele corre é sucumbir ao medo, muito mais do que o próprio objeto do seu medo.

Se conseguisse sobreviver aos seus próprios tropeços, ficaria completamente só, como o alienista do Machado, que julgando todos loucos, acabou por prender-se a si mesmo no manicômio.

Entre nós, pobres mortais, vejo almas atormentadas, incapazes de ver a realidade por não ter a coragem de aceitar que o sonho de um país liberal ruiu minado pela paranoia de seu falso líder. Exatamente como seus antagonistas que, há pouquíssimo tempo, sofreram ao ver seu sonho de sociedade ideal acabar na lama.

Desde muito jovem percebi que o medo é o maior inimigo do homem e mente quem disser que não tem medo, portanto é preciso estar preparado sempre para garantir o mínimo de coragem para continuar a enfrentar os desafios da vida.

Dois anos atrás publiquei o artigo a seguir que continua tão atual como no início dos tempos:

Paradoxalmente os maiores canalhas que já participaram da política deste país lidam muito melhor com o medo, tanto é que me seduziram com o slogan "a esperança venceu o medo".

O atual governo está nos últimos estertores, nunca teve a coragem de enfrentar seus medos e por isso vai acabar da forma mais patética possível.

Talvez nossa sina seja essa mesma, mas nada que, com coragem, não consigamos superar.





Nunca desperdice energia tentando destruir o indestrutível nem defendendo o indefensável!

Coragem gera coragem como medo gera medo!

Em todo o caso, uma cervejinha gelada, a família e um bom grupo de amigos (ainda que à distância), sempre serão essenciais.