04/10/2015










Amigo, irmão, comparsa?
Não sei! Talvez tudo, talvez mais...

Provocador
Espasmos criativos em prol da percepção


“Primeiro vem o Perceber, Compreender vem depois... e há controvérsias!”








Economista que se achou de tanto se perder fazendo arte em feitio de oração


Lincoln Wiberto Marinho Harten
Wiberto Marinho & Lincoln Harten

dualidade mesclada, alternada, oscilante, branco e preto sem nunca ser cinza



Mergulhado de cabeça no
“misterioso mundo do acertar”
em busca da identidade perdida


Será que tudo que é maravilhoso é perigoso





Sentir & Pensar mezzo Jung mezzo MOZZARELlA



Animador, criador, produtor e ator
dependente químico de ideias com alma,
sejam captadas ou gestadas,
mas que tenham alma

 A minha rua tem dois lados,

um lado claro e um lado escuro.

Do lado claro é onde eu moro,

 Do outro lado só tem Muro!



 Gosto Mais Do Outro Lado Assis Valente
Um Ensaio sobre a Lucidez
Plágio descarado de José Saramago

Saramago lúcido, senhor das Ideias
Lincoln lúdico, fazedor de Artes
Sempre achei que, no fundo, apesar do discurso de sair da lógica e mergulhar nas emoções, o que o SenSar trazia mesmo era um conjunto de ferramentas para ajudar a processar (e compreender) os sentimentos e emoções.
Na maior parte das vezes o sentimento é dissociado do pensamento, muitas vezes até antagônico, podendo levar a um estado de quase esquizofrenia: o pensamento mandando para um lado e o sentimento mandando para o outro.
O sentimento é óbvio, é explícito, não pede licença, ruim ou bom ele é muito honesto, não dissimula, já o pensamento não é tão honesto assim, passa por todos os nossos bloqueios, condicionamentos, precisando ser devidamente orientado.O grande balizador do pensamento deve ser o sentimento, é a partir da abertura desse canal de comunicação entre os dois que se processa a compreensão.
No “Ensaio sobre a cegueira”, Saramago explora o ofuscamento que a visão produz no espírito: apenas ao perdê-la os personagens se dão conta de sentimentos e aspectos da vida que não percebiam enquanto podiam ver. De alguma forma a cegueira levou lucidez a essas pessoas.
Neste “Ensaio sobre a Lucidez” coloco as seguintes questões:
  1. Lucidez é bom
  2. Lucidez é perceber ou compreender?

Outro dia, discutindo a polêmica gerada pelo texto “O Cético e o Lúcido”, o Alexandre retrucou: – Eu entendi, eu não sou burro!

E aí é que eu acho que está a questão da lucidez: ser muito inteligente, “entender” rapidamente as coisas, cega um pouco, porque “entender” é “simplificar”, é reduzir o que se está presenciando a uma estrutura previamente conhecida, encaixando o que nossos sentidos captam, inclusive ideias recebidas por via das palavras de outra pessoa, em conceitos que criamos ou recebemos através da educação, da convivência, das experiências ou do auto-aprendizado.

Isso limita muito as possibilidades de percepção e, quanto mais lúcidos e inteligentes formos, mais dificuldade de enxergarmos fora de nossos conceitos.

Como ocorreu no episódio d’“O Cético e o Lúcido”: a partir da convicção de que o autor do texto acreditava em “vida após a morte” – aliás uma impossibilidade semântica, já que a definição de morte é, exatamente, o fim da vida, melhor seria “existência após a morte” – enfim, a partir da convicção de que havia na mensagem uma tentativa de convencimento, vem a suspeita, aliás muito razoável, de doutrinação, catequese.

Pra quem não lembrou, “O Cético e o Lúcido” surgiu de um email que recebi e que me chamou a atenção.

Era uma metáfora sobre nossas crenças que eu achei muito interessante, daí formatei uma apresentação, compondo com imagens de arquivo e da internet, uma música de fundo (The Crusaders - Ennio Morricone – Marco Polo) e enviei a meus grupos de contatos:

"O Cético e o Lúcido..." (clique para seguir o link)(*)

Analisando um pouco o texto em questão, pode-se dizer que a solução, certamente, não é a do cético: agarrar-se apenas ao que compreende e fingir que nada houve (ouve?). Os pensamentos continuam produzindo conclusões e, quanto mais céticos formos, mais nos manteremos ignorantes, incapazes de enxergar adiante de nossos conhecimentos. Claro que a visão do “Lúcido” não deve ser encarada como uma proposição de uma nova “verdade” para substituir alguma crença anterior, apenas como a semente de uma dúvida razoável.



(*) O link permite visualizar a apresentação sem som. Para obter o som é preciso baixar o arquivo no desktop e abri-lo!



A repercussão foi impressionante.
Imediatamente choveram emails, alguns de admiração outros de indignação, estabelecendo-se uma polêmica, que basicamente era entre os que viam nessa mensagem uma tentativa de catequese ou doutrinação, outros que simpatizavam com a idéia apresentada e ainda aqueles que percebiam apenas uma demonstração de formas de pensar diferentes, embora ambas condicionadas por crenças pessoais.
Só o tempo e a idade vão nos trazendo a tranqüilidade necessária para nos libertar dessas amarras e “perceber” o mundo, que é o resultado do sentir e do pensar em colaboração e não em disputa.
SenSar – Sentir & Pensar...
, mas Pensar!
O homem feliz é aquele que, sabendo da força do Sentir, continua se preparando e usando o Pensar para melhor Compreender!
Só um tolo rematado dirige suas ações e decisões, enfim sua vida, pelos sentimentos, afinal isso seria retornar à condição irracional – os animais irracionais nos parecem tolos porque, de fato, o são. Alguém poderia dizer que os animais vivem melhor do que nós, o que até pode ser verdade, mas o fato é que não podemos eliminar a nossa racionalidade e continuar a conviver integrados na sociedade humana, seríamos obrigados a viver na natureza. Fizemos uma opção, consciente, pela capacidade de “entender”, essa é a nossa natureza, viver como animal entre humanos seria, no mínimo, insano.
Nesta altura alguém já deve estar pensando: – Ué, não vai falar do paradoxo?
Pois é, vou mesmo! Pode ser obsessão minha, mas o fato é que toda conclusão remete a uma nova dúvida e aí me pergunto: será que a Lucidez é sempre boa?
Muitas vezes compreender um sentimento é muito útil para tomar decisões, mas outras não. Explico: existem estados de espírito que podem ser fruto de um desequilíbrio humoral passageiro (hormônios, eletrólitos e sei lá mais que tipo de fluxos corporais) e, ao tentar compreender os motivos, acabamos por inventá-los, criar razões para aquele sentimento – exemplo típico, dizem, é a famosa TPM.
E como saber quando encarar os sentimentos de uma ou outra forma? Bom senso é uma boa ajuda, mas a verdade é que não há fórmula mágica, cada situação vai exigir uma avaliação especial, vamos ter que decidir a cada momento se o que sentimos merece uma explicação ou não e, neste caso, esperarmos até o sentimento passar e pronto.
Só existe um terapeuta que pode, de fato, ajudar a resolver nossos problemas, o Dr. Eu Mesmo! (A Euterapia não foi preconizada pelo Lincoln, mas a palavra seguramente foi inventada por ele.)

O Paradoxo do SenSar
Sentir & Pensar: refletir sobre o que sentimos para continuar rumo ao desconhecido mundo do “acertar”.
Parece ser a fórmula da sabedoria, o caminho para a felicidade, mas se assim fosse não existiriam tantos terapeutas.
Como em tudo na vida, essa questão tem dois lados e, como sempre, paradoxais:
Por uma tendência natural de auto-proteção, nossos sentimentos tendem a se voltar para nós mesmos, tendendo ao egoísmo:
  • Sentimentos bons nos induzem a achar que merecemos.
  • Sentimentos ruins nos fazem ter pena de nós mesmos.
O pensamento, pelo mesmo sentido de auto-proteção, se volta para fora, atento às ameaças e ataques e, da mesma forma, tendemos ao egoísmo, mas o pensamento sempre vem depois:
  • Sentimentos bons nos induzem a achar que merecemos e pensamos em como somos bons e como o mundo está em débito conosco.
  • Sentimentos ruins nos fazem ter pena de nós mesmos e pensamos em como somos vítimas e como o mundo está nos prejudicando.
Às vezes o objeto de nossos pensamentos é alguém, um responsável por nossas mágoas e infortúnios, mas muitas vezes nos voltamos para situações ou acontecimentos, como perder um emprego ou ganhar na loteria, pegando os extremos. Infelizmente, via de regra, analisando bem a fundo, acabamos chegando em uma pessoa ou pessoas que podem ser responsabilizadas por aquele sentimento. Se for algo bom: nós mesmos, nossa sorte, nosso protetor espiritual etc., se ruim sempre acharemos um culpado.
Esse é o caminho para a infelicidade, um caminho em que, ao olhar para nós mesmos nos tornamos totalmente dependentes dos outros e do meio, sem possibilidade de evolução ou de ação, a não ser a defensiva.
Se conseguirmos inverter essa lógica, nos libertamos completamente e podemos dirigir nossas vidas. Não que seja fácil, pois essa inversão vai contra os nossos instintos mais básicos e primitivos, mas vale o esforço, afinal é a diferença entre buscar a felicidade ou continuar reclamando.
Voltar nosso sentimento para fora, tendendo ao altruísmo:
  • Sentimentos bons nos induzem a achar que devemos a alguém.
  • Sentimentos ruins nos fazem procurar onde erramos.
O pensamento, nesse caso, se volta para dentro:
  • Sentimentos bons nos induzem a achar que devemos e pensamos em como podemos agir para compensar esse benefício.
  • Sentimentos ruins acionam nossa autocrítica e pensamos em de que maneira somos responsáveis pelo que sentimos e o que podemos fazer para corrigir essa situação.

Fica claro como tudo passa a depender de nós mesmos, portanto de alguém sobre quem temos mais controle do que os outros, mas além disso ocorre um fenômeno quase místico: começamos a perceber que coisas e pessoas passam a se dispor a ajudar e há uma convergência positiva que melhora em muito as nossas chances.


Ideologia, eu quero uma pra viver!?!?
Eleições são sempre uma ótima oportunidade para a natureza humana mostrar sua cara.
A internet ajudou a desmascarar não só documentos secretos da CIA (pobre Assange), mas também o caráter das pessoas que acham que sabem onde está a verdade e, portanto, tem o dever de divulgá-la.

  • Movimento contra Belomonte: atores da Globo fazem apelo pela conscientização da população!

    Chovem mensagens com abaixo-assinados.

  • Juiz condena mensaleiros!

    Enxurrada de mensagens glorificando nosso mais novo herói.

  • Sai lista dos ficha-suja: PSDB em 1º lugar, PT em 8º!

    Lá vem mensagens: “Tá vendo?”

  • SAE divulga números da nova classe média!

    Enxurrada de emails denunciando a fraude dos números.

  • Cachoeira está envolvido com a cúpula do PSDB!

    Dá-lhe mais mensagens.
... e eu cada vez mais atônito! Nunca vi essas pessoas discutindo seriamente política! Por quê, de repente, todos se tornaram tão “ideológicos”?
Aí me encontrei com o Lincoln:
“O problema das pessoas é a ideologia, nunca fui um homem de ideologia, sempre fui das ideias!”
Ôpa! Seria um fio da meada perdida?
Afinal, já pregamos, nos idos dos anos 80, uma visão mais holística: “Agir localmente, pensar globalmente!”, mas continuamos só pensando: nossas mentes ocupadas com os problemas da vida cotidiana e nosso “agir” livre para nos garantir interesses imediatos.
Quanto ao global, os artistas da Globo e o William Bonner nos dirão o que fazer, aí a gente repica nos emails e – tchã-ran – nosso dever cívico estará cumprido.
Aí assisti um filme: “A invenção de Hugo Cabret”
Uma estória baseada em Georges Méliès, que foi considerado o melhor cineasta do mundo. Chaplin o chamou de "o alquimista da luz".
Não vou dizer que descobri a natureza final da “Aventura Humana”, mas a minha, não tenho mais nenhuma dúvida.
Outros filmes que eu não sabia por quê eram meus preferidos:
Nuovo Cinema Paradiso - Giuseppe Tornatore
Il Postino - Michael Radford, sobre a amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda e um humilde carteiro.
O Auto da Compadecida - Ariano Suassuna (O Saramago brasileiro)
Ensaio sobre a Cegueira – José Saramago (O Suassuna português). “Ensaio sobre a Lucidez” ainda não foi filmado, mas entraria na lista com certeza.
The Journey of Man - Cirque du Soleil
Quem tiver curiosidade para entender essa questão “Ideias x Ideais” e não assistiu, ou não lembra, desses filmes, assista.
Quem não estiver nem um pouco preocupado que essas questões filosóficas e não assistiu, assista também, eu recomendo.
Como tema de reflexão cito o texto de uma propaganda da Folha de São Paulo sobre uma coleção do Chaplin:
“Durante a Primeira Guerra Mundial, o mundo sorriu. Durante a Grande Depressão, o mundo sorriu. No auge do nazismo, o mundo sorriu... Pelo menos durante os filmes dele”.
Charles Spencer Chaplin, um inglês que brilhou na América por conhecer muito bem o que valia a pena na alma humana.