
Amigo, irmão, comparsa?
Provocador
“Primeiro vem o Perceber, Compreender vem depois... e há controvérsias!”
Economista que se achou de tanto se perder fazendo arte em feitio de oração
Lincoln Wiberto Marinho Harten
Wiberto Marinho & Lincoln Harten
dualidade mesclada, alternada, oscilante, branco e preto sem nunca ser cinza
Mergulhado de cabeça no
“misterioso mundo do acertar”
em busca da identidade perdida
Será que tudo que é maravilhoso é perigoso

Sentir & Pensar
mezzo Jung mezzo MOZZARELlA
Animador, criador, produtor e ator
dependente químico de ideias com alma,
sejam captadas ou gestadas,
mas que tenham alma
dependente químico de ideias com alma,
sejam captadas ou gestadas,
mas que tenham alma
Aventura em Cia.(clique para seguir o link)
A minha rua tem dois lados,
um lado claro e um lado escuro.
Do lado claro é onde eu moro,
Do outro lado só tem Muro!
Gosto Mais Do Outro Lado
Assis Valente
Um Ensaio sobre a Lucidez
Plágio descarado de José Saramago
Saramago lúcido, senhor das Ideias
Lincoln lúdico, fazedor de Artes
Sempre achei que, no fundo, apesar do discurso de sair da lógica e mergulhar nas emoções, o que o SenSar trazia mesmo era um conjunto de ferramentas para ajudar a processar (e compreender) os sentimentos e emoções.
Na maior parte das vezes o sentimento é dissociado do pensamento, muitas vezes até antagônico, podendo levar a um estado de quase esquizofrenia: o pensamento mandando para um lado e o sentimento mandando para o outro.
O sentimento é óbvio, é explícito, não pede licença, ruim ou bom ele é muito honesto, não dissimula, já o pensamento não é tão honesto assim, passa por todos os nossos bloqueios, condicionamentos, precisando ser devidamente orientado.
O grande balizador do pensamento deve ser o sentimento, é a partir da abertura desse canal de comunicação entre os dois que se processa a compreensão.

No “Ensaio sobre a cegueira”, Saramago explora o ofuscamento que a visão produz no espírito: apenas ao perdê-la os personagens se dão conta de sentimentos e aspectos da vida que não percebiam enquanto podiam ver. De alguma forma a cegueira levou lucidez a essas pessoas.
Neste “Ensaio sobre a Lucidez” coloco as seguintes questões:
- Lucidez é bom
- Lucidez é perceber ou compreender?
Outro dia, discutindo a polêmica gerada pelo texto “O Cético e o Lúcido”, o Alexandre retrucou: – Eu entendi, eu não sou burro!

Isso limita muito as possibilidades de percepção e, quanto mais lúcidos e inteligentes formos, mais dificuldade de enxergarmos fora de nossos conceitos.
Como ocorreu no episódio d’“O Cético e o Lúcido”: a partir da convicção de que o autor do texto acreditava em “vida após a morte” – aliás uma impossibilidade semântica, já que a definição de morte é, exatamente, o fim da vida, melhor seria “existência após a morte” – enfim, a partir da convicção de que havia na mensagem uma tentativa de convencimento, vem a suspeita, aliás muito razoável, de doutrinação, catequese.
Pra quem não lembrou, “O Cético e o Lúcido” surgiu de um email que recebi e que me chamou a atenção.
Era uma metáfora sobre nossas crenças que eu achei muito interessante, daí formatei uma apresentação, compondo com imagens de arquivo e da internet, uma música de fundo (The Crusaders - Ennio Morricone – Marco Polo) e enviei a meus grupos de contatos:
"O Cético e o Lúcido..." (clique para seguir o link)(*)
Analisando um pouco o texto em questão, pode-se dizer que a solução, certamente, não é a do cético: agarrar-se apenas ao que compreende e fingir que nada houve (ouve?). Os pensamentos continuam produzindo conclusões e, quanto mais céticos formos, mais nos manteremos ignorantes, incapazes de enxergar adiante de nossos conhecimentos. Claro que a visão do “Lúcido” não deve ser encarada como uma proposição de uma nova “verdade” para substituir alguma crença anterior, apenas como a semente de uma dúvida razoável.
(*) O link permite visualizar a apresentação sem som. Para obter o som é preciso baixar o arquivo no desktop e abri-lo!
A repercussão foi impressionante.
Imediatamente choveram emails, alguns de admiração outros de indignação, estabelecendo-se uma polêmica, que basicamente era entre os que viam nessa mensagem uma tentativa de catequese ou doutrinação, outros que simpatizavam com a idéia apresentada e ainda aqueles que percebiam apenas uma demonstração de formas de pensar diferentes, embora ambas condicionadas por crenças pessoais.
Só o tempo e a idade vão nos trazendo a tranqüilidade necessária para nos libertar dessas amarras e “perceber” o mundo, que é o resultado do sentir e do pensar em colaboração e não em disputa.
SenSar – Sentir & Pensar...
, mas Pensar!
, mas Pensar!
O homem feliz é aquele que, sabendo da força do Sentir, continua se preparando e usando o Pensar para melhor Compreender!
Só um tolo rematado dirige suas ações e decisões, enfim sua vida, pelos sentimentos, afinal isso seria retornar à condição irracional – os animais irracionais nos parecem tolos porque, de fato, o são. Alguém poderia dizer que os animais vivem melhor do que nós, o que até pode ser verdade, mas o fato é que não podemos eliminar a nossa racionalidade e continuar a conviver integrados na sociedade humana, seríamos obrigados a viver na natureza. Fizemos uma opção, consciente, pela capacidade de “entender”, essa é a nossa natureza, viver como animal entre humanos seria, no mínimo, insano.
Nesta altura alguém já deve estar pensando: – Ué, não vai falar do paradoxo?
Pois é, vou mesmo! Pode ser obsessão minha, mas o fato é que toda conclusão remete a uma nova dúvida e aí me pergunto: será que a Lucidez é sempre boa?
Muitas vezes compreender um sentimento é muito útil para tomar decisões, mas outras não. Explico: existem estados de espírito que podem ser fruto de um desequilíbrio humoral passageiro (hormônios, eletrólitos e sei lá mais que tipo de fluxos corporais) e, ao tentar compreender os motivos, acabamos por inventá-los, criar razões para aquele sentimento – exemplo típico, dizem, é a famosa TPM.
E como saber quando encarar os sentimentos de uma ou outra forma? Bom senso é uma boa ajuda, mas a verdade é que não há fórmula mágica, cada situação vai exigir uma avaliação especial, vamos ter que decidir a cada momento se o que sentimos merece uma explicação ou não e, neste caso, esperarmos até o sentimento passar e pronto.
Só existe um terapeuta que pode, de fato, ajudar a resolver nossos problemas, o Dr. Eu Mesmo! (A Euterapia não foi preconizada pelo Lincoln, mas a palavra seguramente foi inventada por ele.)
O Paradoxo do SenSar
Sentir & Pensar: refletir sobre o que sentimos para continuar rumo ao desconhecido mundo do “acertar”.
Parece ser a fórmula da sabedoria, o caminho para a felicidade, mas se assim fosse não existiriam tantos terapeutas.
Como em tudo na vida, essa questão tem dois lados e, como sempre, paradoxais:
Por uma tendência natural de auto-proteção, nossos sentimentos tendem a se voltar para nós mesmos, tendendo ao egoísmo:
- Sentimentos bons nos induzem a achar que merecemos.
- Sentimentos ruins nos fazem ter pena de nós mesmos.
O pensamento, pelo mesmo sentido de auto-proteção, se volta para fora, atento às ameaças e ataques e, da mesma forma, tendemos ao egoísmo, mas o pensamento sempre vem depois:
- Sentimentos bons nos induzem a achar que merecemos e pensamos em como somos bons e como o mundo está em débito conosco.
- Sentimentos ruins nos fazem ter pena de nós mesmos e pensamos em como somos vítimas e como o mundo está nos prejudicando.
Às vezes o objeto de nossos pensamentos é alguém, um responsável por nossas mágoas e infortúnios, mas muitas vezes nos voltamos para situações ou acontecimentos, como perder um emprego ou ganhar na loteria, pegando os extremos. Infelizmente, via de regra, analisando bem a fundo, acabamos chegando em uma pessoa ou pessoas que podem ser responsabilizadas por aquele sentimento. Se for algo bom: nós mesmos, nossa sorte, nosso protetor espiritual etc., se ruim sempre acharemos um culpado.
Esse é o caminho para a infelicidade, um caminho em que, ao olhar para nós mesmos nos tornamos totalmente dependentes dos outros e do meio, sem possibilidade de evolução ou de ação, a não ser a defensiva.
Se conseguirmos inverter essa lógica, nos libertamos completamente e podemos dirigir nossas vidas. Não que seja fácil, pois essa inversão vai contra os nossos instintos mais básicos e primitivos, mas vale o esforço, afinal é a diferença entre buscar a felicidade ou continuar reclamando.
Voltar nosso sentimento para fora, tendendo ao altruísmo:
- Sentimentos bons nos induzem a achar que devemos a alguém.
- Sentimentos ruins nos fazem procurar onde erramos.
O pensamento, nesse caso, se volta para dentro:
- Sentimentos bons nos induzem a achar que devemos e pensamos em como podemos agir para compensar esse benefício.
- Sentimentos ruins acionam nossa autocrítica e pensamos em de que maneira somos responsáveis pelo que sentimos e o que podemos fazer para corrigir essa situação.

Ideologia, eu quero uma pra viver!?!?
Eleições são sempre uma ótima oportunidade para a natureza humana mostrar sua cara.
A internet ajudou a desmascarar não só documentos secretos da CIA (pobre Assange), mas também o caráter das pessoas que acham que sabem onde está a verdade e, portanto, tem o dever de divulgá-la.
Movimento contra Belomonte: atores da Globo fazem apelo pela conscientização da população!
Chovem mensagens com abaixo-assinados.
Juiz condena mensaleiros!
Enxurrada de mensagens glorificando nosso mais novo herói.
Sai lista dos ficha-suja: PSDB em 1º lugar, PT em 8º!
Lá vem mensagens: “Tá vendo?”
SAE divulga números da nova classe média!
Enxurrada de emails denunciando a fraude dos números.
Cachoeira está envolvido com a cúpula do PSDB!
Dá-lhe mais mensagens.
... e eu cada vez mais atônito! Nunca vi essas pessoas discutindo seriamente política! Por quê, de repente, todos se tornaram tão “ideológicos”?
Aí me encontrei com o Lincoln:
“O problema das pessoas é a ideologia, nunca fui um homem de ideologia, sempre fui das ideias!”
“O problema das pessoas é a ideologia, nunca fui um homem de ideologia, sempre fui das ideias!”
Ôpa! Seria um fio da meada perdida?
Afinal, já pregamos, nos idos dos anos 80, uma visão mais holística: “Agir localmente, pensar globalmente!”, mas continuamos só pensando: nossas mentes ocupadas com os problemas da vida cotidiana e nosso “agir” livre para nos garantir interesses imediatos.
Quanto ao global, os artistas da Globo e o William Bonner nos dirão o que fazer, aí a gente repica nos emails e – tchã-ran – nosso dever cívico estará cumprido.
Aí assisti um filme: “A invenção de Hugo Cabret”
Uma estória baseada em Georges Méliès, que foi considerado o melhor cineasta do mundo. Chaplin o chamou de "o alquimista da luz".
Não vou dizer que descobri a natureza final da “Aventura Humana”, mas a minha, não tenho mais nenhuma dúvida.
Outros filmes que eu não sabia por quê eram meus preferidos:
Nuovo Cinema Paradiso - Giuseppe Tornatore
Il Postino - Michael Radford, sobre a amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda e um humilde carteiro.
O Auto da Compadecida - Ariano Suassuna (O Saramago brasileiro)
Ensaio sobre a Cegueira – José Saramago (O Suassuna português). “Ensaio sobre a Lucidez” ainda não foi filmado, mas entraria na lista com certeza.
The Journey of Man - Cirque du Soleil
Quem tiver curiosidade para entender essa questão “Ideias x Ideais” e não assistiu, ou não lembra, desses filmes, assista.
Quem não estiver nem um pouco preocupado que essas questões filosóficas e não assistiu, assista também, eu recomendo.
Como tema de reflexão cito o texto de uma propaganda da Folha de São Paulo sobre uma coleção do Chaplin:
“Durante a Primeira Guerra Mundial, o mundo sorriu. Durante a Grande Depressão, o mundo sorriu. No auge do nazismo, o mundo sorriu... Pelo menos durante os filmes dele”.