Há os que creem,
há os que apenas vivem, aceitando o mistério como tal,
e há os que necessitam de algo para crer,
para esses recomendo Neruda.
há os que apenas vivem, aceitando o mistério como tal,
e há os que necessitam de algo para crer,
para esses recomendo Neruda.
Anno domini 2017
SÓ
O HOMEM (AS UVAS E O VENTO - AS UVAS DA EUROPA)
Pablo
Neruda
Eu atravessei as hostis cordilheiras,
entre as árvores passei a cavalo.
O húmus deixou no chão sua alfombra de mil anos.
entre as árvores passei a cavalo.
O húmus deixou no chão sua alfombra de mil anos.
As árvores se tocam na altura, na
unidade trémula.
Embaixo, escura é a selva.
Um voo curto, um grito a atravessam,
os pássaros do frio,
os zorros de elétrica cauda,
uma grande folha que tomba
e meu cavalo pisa o brando leito da árvore dormida,
mas sob a terra as árvores de novo se entendem e se tocam.
A selva é
um só grande punhado de perfumes,
uma só raiz sob a terra.
Embaixo, escura é a selva.
Um voo curto, um grito a atravessam,
os pássaros do frio,
os zorros de elétrica cauda,
uma grande folha que tomba
e meu cavalo pisa o brando leito da árvore dormida,
mas sob a terra as árvores de novo se entendem e se tocam.
A selva é
uma só raiz sob a terra.
As puas me mordiam,
as duras pedras feriam meu cavalo,
o gelo ia buscando sob minha roupa rasgada
meu coração para cantá-lo e adormecê-lo.
as duras pedras feriam meu cavalo,
o gelo ia buscando sob minha roupa rasgada
meu coração para cantá-lo e adormecê-lo.
Os rios que nasciam
diante de meus olhos desciam velozes
e queriam matar-me.
De repente uma árvore ocupava o caminho
como se tivesse andado
e então a houvesse derrubado a selva
e ali estava grande como mil homens,
cheia de cabeleiras, pululada de insetos,
apodrecida pela chuva,
mas do fundo da morte queria deter-me.
diante de meus olhos desciam velozes
e queriam matar-me.
De repente uma árvore ocupava o caminho
como se tivesse andado
e então a houvesse derrubado a selva
e ali estava grande como mil homens,
cheia de cabeleiras, pululada de insetos,
apodrecida pela chuva,
mas do fundo da morte queria deter-me.
Eu saltei a árvore,
quebrei-a com o machado,
acariciei suas folhas formosas como mãos,
toquei as poderosas raízes
que muito mais que eu conheciam a terra.
Eu passei sobre a árvore, cruzei todos os rios,
a espuma me levava, as pedras me enganavam,
o ar verde que criava joias a cada minuto,
atacava minha fronte, queimava minhas pestanas.
Atravessei as altas cordilheiras
porque comigo um homem, outro homem,
um homem ia comigo.
quebrei-a com o machado,
acariciei suas folhas formosas como mãos,
toquei as poderosas raízes
que muito mais que eu conheciam a terra.
Eu passei sobre a árvore, cruzei todos os rios,
a espuma me levava, as pedras me enganavam,
o ar verde que criava joias a cada minuto,
atacava minha fronte, queimava minhas pestanas.
Atravessei as altas cordilheiras
porque comigo um homem, outro homem,
um homem ia comigo.
Não vinham as árvores,
não ia comigo a água vertiginosa que quis matar-me,
nem a terra espinhosa.
Só o homem, só o homem estava comigo.
não ia comigo a água vertiginosa que quis matar-me,
nem a terra espinhosa.
Só o homem, só o homem estava comigo.
Não as mãos da árvore, formosas como
rostos,
nem as graves raízes, que conhecem a terra, me ajudaram.
nem as graves raízes, que conhecem a terra, me ajudaram.
Só o homem.
Não sei como se chama.
Era tão pobre como eu,
tinha
olhos como os meus
e com eles descobria o caminho
para que outro homem passasse.
E aqui estou.
Por isso existo.
Não sei como se chama.
Era tão pobre como eu,
tinha
e com eles descobria o caminho
para que outro homem passasse.
E aqui estou.
Por isso existo.
Creio
que não nos juntaremos na altura.
que não nos juntaremos na altura.
Creio
que sob a terra nada nos espera,
mas sobre a terra vamos juntos.
Nossa unidade está sobre a terra.
que sob a terra nada nos espera,
mas sobre a terra vamos juntos.
Nossa unidade está sobre a terra.
A religião não é apenas uma, são
centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão
despertos.
A religião é para aqueles que
necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que
prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras
dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar
sobre tudo, a questionar tudo.
A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz:
"aprenda com o erro”.
A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te
faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto,
é Deus.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização
com regras.
A espiritualidade é divina, sem
regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.
A religião lhe busca para que
acredite.
A espiritualidade você tem que
buscá-la.
A religião segue os preceitos de um
livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em
todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na
Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na
Consciência.
A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz transcender.
A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em
Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.
A religião sonha com a glória e com o
paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a
glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no
futuro.
A espiritualidade vive no presente.
A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa
Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente
da vida eterna.
A religião promete para depois da
morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior
durante a vida.
Pierre Teilhard de Chardin
(01/05/1881, Orcines, França -
10/04/1955, Nova Iorque, USA) Padre jesuíta, teólogo, filósofo e paleontólogo francês.
Acredito no Deus de
Espinosa, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no
Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens. Einstein
Um ateu é alguém que
está certo de que Deus não existe, alguém que tem evidências convincentes contra
a existência de Deus. Desconheço tal evidência convincente. Porque Deus pode
ser relegado para lugares e tempos remotos, e a causa final, teríamos de saber
muito mais sobre o universo do que nós agora sabemos para ter certeza que Deus
não existe. Para ter certeza da questão da existência de Deus, e ser
determinada a não existência de Deus, os ateus me parecem estar confiantes ao
extremo em um assunto tão cheio de dúvida e incerteza quanto a inspirar pouca
confiança na verdade.
A ideia de que Deus é um homem branco de grandes dimensões e de
longa barba branca, sentado em um trono em algum lugar no céu, ocupado e sempre
tendo consideração pela morte de cada pardal é ridícula. Mas se Deus na verdade
é um conjunto de leis físicas que governam o universo, então é claro que Deus
existe. Este Deus é emocionalmente insatisfatório… não tem muito sentido rezar
para a lei da gravidade. Carl Sagan
A parábola do filho pródigo ensina que
devemos utilizar nossos dons de forma produtiva, nunca desperdiçando-os por
medo ou preguiça.
Ora, o dom mais precioso do homem é o
pensamento, a racionalidade. Negá-lo, apenas para acalmar nossos medos, professando
crenças sem nenhum fundamento ou pior, elaborando artifícios e sofismas que só
satisfazem àqueles que não suportam a ideia de que o mistério é apenas isso, mistério,
nunca seria apoiado por nenhum deus verdadeiramente sério.
Advertência: O texto que se segue reflete minhas ideias sem filtros, o que poderá chocar ou até ofender espíritos mais sensíveis, portanto, a sua leitura será por conta e risco do leitor.
No caso de prosseguir ainda assim, recomendo que leiam até o final, sob risco de ficarem com uma ideia distorcida do que eu penso.
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