Fé cega, faca amolada!
Consciência clara, palavra SenSada!

04/12/2015
“Os matadores morreram”


“Lamentável”
“Vocês não estão na lista”

Meu amigo George dizia lá nos anos 90:
− O século XXI será xiita... ou não será!
Um pouco menos sarcástico, lembrava o surgimento do cristianismo no Império Romano, um movimento que, nos anos 70, chamaríamos de underground. Sub-reptício, clandestino, mas avassalador, foi conquistando cada vez mais adeptos até não só ser aceito, mas assimilado pelo establishment, devido a força de sua mensagem, sintonizada com o inconformismo generalizado, e também devido à decadência do estado romano que já dava sinais de ruptura.
Sou obrigado a concordar que hoje vivemos uma situação muito similar: black-blocs, terrorismo, Al-Qaeda e Estado Islâmico são, evidentemente, um forte indício desse fenômeno, com o inconformismo nas alturas e o enfraquecimento dos estados cada vez mais visível.



Apesar dessa perspectiva preocupante, é possível verificar um outro “EI” se impondo e encontrando um enorme espaço favorável para seu desenvolvimento:
o Empreendedorismo da !nformação.
Muitos já chamaram o nosso tempo de era da informação ou do conhecimento e é aí que acho que está a grande revolução.
O conhecimento é a nossa arma contra as armas da fé cega, entretanto o conhecimento só é eficaz se for distribuído.
A revolução em andamento também é sub-reptícia, a popularização de tecnologias como a internet e os smartphones vêm promovendo uma mudança das relações, não só sociais, mas profissionais e de oferta serviços, reduzindo o poder dos estados, cada vez mais embananados com as dificuldades de regulamentar e fiscalizar essas relações, e das corporações tradicionais, sitiadas em seus castelos pela legião crescente de consumidores cada vez mais exigentes.
São os empreendedores dessa nova ordem que estão solapando as bases do establishment, permitindo uma aproximação muito maior entre as pessoas que querem se relacionar, fazer negócios etc., eliminando intermediários e permitindo negociações individualizadas.
Não confundir com algumas ideias polêmicas como a sociedade da abundância ou o fim do capitalismo (veja artigo sobre o livro A Sociedade do Custo Marginal Zero). Talvez seja o oposto de uma sociedade da abundância, apenas uma sociedade em que a difusão do conhecimento seja mais universal.
É interessante perceber que, ainda que muito gradualmente, governos e corporações já dão sinais de estarem se rendendo a essa realidade. Aonde isso vai levar não se pode prever, mas acho que estamos na borda de uma grande mudança.
A universalização dos recursos de informação, ainda que distante, parece ser possível e, eu diria, inexorável. Esse espaço é extremamente favorável ao permanente surgimento de iniciativas individuais, dificultando a concentração de poder, que, embora vá ocorrer de alguma forma, talvez o seja com menos intensidade.
De uma coisa não tenho dúvida, estamos caminhando para um ambiente onde cada um será mais responsável pelo seu destino, menos dependente das instituições e estabelecendo relações mais diretas.
Isso pode parecer, inicialmente, uma perda da qualidade de vida, mas acredito que abrir mão de certos confortos e, principalmente, da ilusão de segurança que vivemos, não vai fazer de nós menos felizes, ao contrário, os desafios só nos estimularão cada vez mais na busca do conhecimento.

Uma vez que cada um estará defendendo o seu interesse

haverá menos hipocrisia e assim, acredito, esse ambiente favorecerá relações mais honestas e produtivas, permitindo a construção de uma sociedade um pouco mais equilibrada.

Que Alá esteja conosco!