28/07/2018


Os processos de doutrinação são conhecidos desde o surgimento do Sapiens, talvez 200.000 anos atrás, quando o primeiro indivíduo de uma espécie animal conseguiu controlar a imaginação de um grupo de companheiros à distância, sem a necessidade sequer de conhecer os indivíduos desse grupo. Isso se deu pela criação do mito, o elemento de controle mais efetivo já inventado.

Estava eu relembrando o livro Pequenos Deuses (Terry Pratchett) e me ocorreu que, assim como as coisas materiais, duas ideias não podem ocupar o mesmo lugar na mente humana.

O típico doutrinado, seja por uma seita religiosa, seja por uma seita política, ou mesmo científica – sim, porque as há em profusão – se caracteriza pela limitação intelectual, é como se fossem indivíduos menos dotados de capacidade crítica.

Claro que os doutrinadores, eventualmente também o são, muitos nem tem muita consciência de que estão doutrinando, mas em geral, são mais capazes que os seus seguidores, mais maquiavélicos, se podemos usar a imagem, mais inescrupulosos, e usam técnicas relativamente simples para conquistar almas incautas para sua “verdade”.

Mas o que sempre me intrigou foi o que produz legiões enormes dessas pobres almas incautas e foi aí que me veio este insight.

A mente incauta, por assim dizer, o Súcubo, como descrevi no DeMimPro6 - VolumeI, lá nos idos de 2010, é aquele que tem a mente ociosa. Lembram do ditado: Cabeça vazia é a oficina do Diabo!

O mais interessante é que essa ociosidade, esse vazio, não é tão literal, talvez seja até um pouco o contrário, quero dizer, são as mentes mais “ocupadas” as mais predispostas ao ataque de doutrinadores.

É comum verificar que pessoas muito focadas em alguma atividade, principalmente as atividades intelectuais, acabam se tornando viciadas em seu campo de pensamento e se tornam meio impermeáveis à cultura mais ampla, muitos nem mesmo tem o hábito da leitura regular e da incursão por temas que não lhe são “simpáticos”.


Essa característica é facilmente percebida em conversas com essas pessoas, onde se percebe as limitações até de vocabulário. Acabam tendo quase que um idioma próprio do seu grupo de afinidade, normalmente predominantemente de sua área de atuação.

Faço aqui uma citação de mim mesmo, em um artigo do DeMimPro6:
Cada um de nós era a média das cinco pessoas com quem passava mais tempo, conforme dizia Jim Rohn no início do século passado, agora somos o que o Facebook quiser que sejamos.Claro que não falo da instituição Facebook ou qualquer outra mídia social, mas do que elas propiciam, já que tendemos a frequentar determinados grupos nesses ambientes, mais uma vez, escolhas que normalmente não são definidas pelas nossas ideias políticas.

Citando outro comentário repetido várias vezes nos artigos desse blog, relembro a Síndrome de EstouCalmo, aquela sensação de que estamos seguros no grupo que nos acolhe... desde que não nos atrevamos a discordar.

No artigo, cuja citação lancei acima, eu relatei uma experiência que fiz em 2016, para verificar a responsividade de alguns grupos a ideias conforme ou a ideias discordantes e como se estimula ou desestimula os participantes conformando o pensamento de cada um ao pensamento do macho alfa do grupo, personagem, na maior parte das vezes, impossível de se identificar.

Relatei ainda um caso ocorrido algumas décadas atrás, no início dos jogos multiplayer online, quando meus filhos entraram em um desses jogos, em que os participantes eram, na sua maioria, americanos.

Assim que um deles fez um comentário através da interface do jogo, não sei se em português ou em um inglês meio atrapalhado, veio a resposta imediata: No Mexicans allowed!

Estes dias verifiquei consternado que nada avançamos nesse comportamento, se é que não regredimos, já que por estas bandas o sectarismo não era tão exacerbado.

Aconteceu um fato que é verdadeiramente preocupante: respondi a uma postagem no Facebook com uma crítica, imediatamente um indivíduo do grupo perguntou a outro:
Quem é?
Assim que fui devidamente identificado, a reação foi:
Ah! Então foi ele!

Isso foi feito como se eu não estivesse ali presente.

Agora, vamos imaginar que estivéssemos em um ambiente real, cara a cara, será que essa pessoa se comportaria dessa forma?
Mesmo que tivesse coragem de se manifestar, seguramente seria através de cochichos sorrateiros, toda acovardada pela perspectiva de um eventual confronto.


Infelizmente esses ambientes virtuais incentivam exatamente a covardia, como a do garoto, possivelmente americano, que não tolerava “mexicanos” e, agora, desse personagem, infelizmente brasileiro e que, casualmente ainda virei a conhecer pessoalmente, o qual, sutilmente, colocou-me em meu “devido lugar”.

Alguns ambientes/profissões se apresentam como ambientes mais propícios ao surgimento desses comportamentos, mas é claro que o potencial de preguiça intelectual tem que estar presente.

Se confrontarmos um desses indivíduos eles reagirão ferozmente a essa ideia, já que muitos chegam quase ao esgotamento mental em suas atividades. O problema é que a preguiça mental não é a preguiça de pensar, é a preguiça de pensar diferente, de tentar pensar como o outro, todos os outros, ou seja: dando possibilidade ao erro, ganhar a possibilidade de acertar.

Alguns ambientes/profissões são mais favoráveis a esse fenômeno, as mídias sociais apenas exacerbaram a covardia e facilitaram enormemente a atividade doutrinária. Alguns exemplos:

·        Gigantes da indústria:    
impõem a ideia do “vestir a camisa”, induzindo a um pensamento do tipo: se não está conosco está contra nós.


·        Empresas estatais:  
a estabilidade gera um sentimento de pertencimento que é facilmente manipulado pelas forças políticas predominantes.


·        Universidades, principalmente públicas:
a direção e o corpo docente, formados por especialistas, cientistas, mestres e doutores, cuja necessidade de dedicação a um assunto único reúne condições quase ideias para a doutrinação, somado ao caráter político de sua atividade, formam uma população extremamente vulnerável.


·        Justiça:   
gera em seu meio, indivíduos que, pelo poder que detêm, facilmente se transformam em “justiceiros sociais”, extremamente vulneráveis à doutrinação.


·        Arte:        
devido ao espírito anti-conservador da geração beat e do pós-modernismo, além da irreverência e irresponsabilidade inerentes a uma atividade cujas consequências mais graves podem ser as críticas desfavoráveis da imprensa especializada, são um verdadeiro curral de engorda de fiéis.


·        Sindicatos:      
une um pouco das características das empresas estatais, pela estabilidade que propiciam a seus membros, e da justiça, pelo poder que conferem a esses mesmos membros. Isso, somado às influências políticas naturais nessa atividade, tornam os sindicatos verdadeiros templos da doutrinação.


Essas áreas de atuação têm em comum a produção de ambientes extremamente corporativistas, onde pensar diferente é muito desconfortável.








Como tudo que eu escrevo, este artigo não tem pretensão alguma, muito menos de mudar o que quer que seja. Trata-se apenas de um exercício de autoanálise, um treinamento mental para seguir em frente, porque navegar é preciso e viver não é preciso.




O que aprendi nos últimos anos:
1. Se alguma coisa parecer errada ir mais fundo, nunca aceitar de pronto as justificativas apresentadas, por mais conveniente que isso seja;
2. Se alguém disser algo coerente, analisar sem ressalvas, mesmo que essa pessoa defenda ideias contrárias às minhas;
3. Continuar estudando, lendo, pesquisando e, principalmente, discutindo as teses de um e outro lado sem censura prévia e nunca, mas nunca mesmo, ver as pessoas de forma maniqueísta, aceitando que todos temos defeitos e nenhum de nós tem o dom de saber o que é certo.

Só assim posso ir, ainda que de forma capenga, construindo o que chamamos de bom-senso, para que eu esteja sempre atento a tudo que me cerca e evitar que o Diabo faça de minha mente seu gabinete de despachos!


Paranoicoceno
O despertar do medo
                                                                                                                                                                                                                                                       25/07/2018
Em 27 de dezembro de 2010, última segunda-feira do último mês do último ano da primeira década do primeiro século de um milênio que pode ser o ducentésimo da era do Homo Sapiens, lancei o DemimPro6.

O medo, mais do que outras coisas, era o meu foco. O medo que já dominava o mundo neste começo do milênio e se tornava, disparadamente, o pior inimigo a ser combatido, muito além das ameaças reais, dos perigos e riscos que caracterizam a vida, afinal, como dizia lá e digo hoje: Viver é arriscado!

Ao longo desses quase oito anos escrevi sobre muita coisa, provavelmente muitas bobagens e, provavelmente, alguns medos também, afinal não estou imune a essa epidemia, mas mantenho-me alerta porque sei que nada é pior do que o medo.

Algumas frases que escrevi durante esse período tentavam lembrar a todos de alguns fenômenos que de tão óbvios se tornam transparentes:
  • ·        Coragem gera coragem da mesma forma que medo gera medo!
  • ·        É preciso dar chance ao erro ou nunca iremos acertar!

Para casar ou entrar numa ducha fria é preciso parar de pensar!

Se, querendo mudar de emprego, ficarmos esperando as condições ideais, ficaremos só esperando!

Infelizmente esse fenômeno só vem se aprofundando. Cada vez mais vemos o medo dominar o comportamento de nossa espécie, impondo uma imobilizante falta de atitude.

Medo de sofrer, medo de morrer, medo de se arriscar, medo da violência, medo da dor, medo das perdas, medo de acidentes, medo do vizinho... medo de ter medo! Miedo (clique)

Como consequência estamos vendo um crescimento extraordinário da necessidade de salvadores da pátria, do sectarismo, do radicalismo, não das atitudes, mas das escolhas, sempre preferindo apoiar quem represente a coragem que já não conseguimos ter.

Vemos as lideranças autoritárias ou populistas voltando a dominar a opinião pública no mundo inteiro. A libertação que parecia ter nascido na segunda metade do século XX, os sonhos utópicos de anarquia, do amor livre, do “proibido proibir”, inverteu-se radicalmente.

No ambiente da vida cotidiana isso se repete da mesma forma, o excesso de cuidados que especialistas do “Fantástico” nos convencem ser imprescindíveis, ou mesmo as campanhas de desinformação que proliferam na internet, como movimentos anti-vacinas, dietas radicais etc. etc.

O regime policialesco que vivemos com censura sobre todo tipo de atitude, como comemos, como falamos, como nos socializamos. Não pode falar de política nem de religião, nem de futebol porque temos medo do conflito. Estamos perdendo a habilidade mais essencial à vida, a coragem!

Claro que a quantidade informação é um imenso complicador, são tantas as possibilidades de erro que hoje conhecemos, sem nem sequer entender direito, que fica difícil decidir. O fato é que as decisões tem um timing próprio, não podem esperar indefinidamente, o medo impede que assumamos o risco e tomemos a melhor decisão possível por conta própria, então delargamos a decisão para algum guru real ou virtual achando que “ele” nos guiará.

A pergunta que fiz anos atrás continua válida:       

Você está satisfeito com as soluções que seus problemas têm encontrado?


Mesmo que você titubeie, seus problemas vão encontrar uma solução, a fila anda, como se diz. E se você cair na lábia de alguém, será que chegará ao esperado porto seguro?

A solução, como dizia há muito tempo, é Coragem e Prudência, lembrando que a primeira se constrói pela prática, coragem gera coragem, enfrentando o medo, porque medo também gera medo.

A última, a Prudência, uma das Virtudes Cardeais, é muito mal interpretada nestes tempos de covardia.

Prudência não é tomar todos os cuidados possíveis e imagináveis antes de tomar uma decisão, é antes, adotar uma postura prudente durante toda a vida, ou seja, preparar-se sempre, estudar, melhorar seu entendimento sobre si mesmo e sobre o mundo que o cerca, aumentar sua autoconfiança para, no momento de decidir, sentir-se confiante para assumir todos os riscos daquela decisão no tempo requerido pela situação. Só tendo certeza de que nos preparamos da melhor forma para os desafios da vida sentiremos essa confiança.






Interessante que a proliferação das famosas Fake News, praga que está dominando nossa comunicação, é o típico resultado da falta de prudência.
Vejam este artigo no link: Vivemos na era da Paranoia!



23/07/2018
Para ninguém esquecer que a repressão reprime, seja de esquerda ou de direita!
Estamos vivendo tempos de irresponsabilidade assumida, em que pessoas com capacidade de discernimento suficiente para avaliar em que estão se metendo estão abrindo mão de se informar e de pensar sobre o que estão defendendo, apenas pela vaidade de participar de um ou outro grupelho de idiotas, seja defendendo os mentores do Foro de São Paulo, seja defendendo a volta da ditadura.

Tomem tento, recuperar a liberdade perdida não é nada fácil!

Um pouquinho do que vivemos nos anos de chumbo pode ser relembrado, ou conhecido pelos que não viveram essa época, no documentário sobre o nosso CAASO, Centro Acadêmico Armando de Sales Oliveira, da Escola de Engenharia de São Carlos, agremiação da qual fizemos parte de 1970 a 1974.

Nessa época já havia passado o auge dos movimentos estudantis, mas muito tinha que ser feito, a luta pela anistia, eleições diretas, direitos políticos e, principalmente, o restabelecimento da democracia e das liberdades individuais, direitos que os irresponsáveis de esquerda e de direita agora usufruem e, levianamente, esquecem de defender.










Antes de agir, pense!
A estratégia do PT                                                                                                                   22/07/2018
Aqui vai um resumão do que já divulguei no intuito de alertar pessoas evidentemente desavisadas do caráter de que se reveste esse grupo obcecado pelo poder e pela implantação de um regime totalitarista, que, hipocritamente, se diz democrático e defensor da justiça social.
Começando com dois comentários da imprensa sobre a tentativa de maracutaia mais recente:
A manobra de 08/07/2018
A ação realizada domingo, 08/07/2018, pelo PT foi uma manobra estratégica conhecida como reconhecimento em força.
O objetivo principal era apenas o de avaliar o dispositivo de defesa das Instituições de Estado, Poder Judiciário, Ministério Público, Forças Armadas. A reação da sociedade. A força das redes sociais. O comportamento da mídia. Os flancos expostos.
É uma operação que precede o ataque. O ataque final está por vir.
A decisão sobre o quando e o como será tomada por ocasião da reunião do Foro de São Paulo em Cuba. Dirceu foi solto para coordenar isto.
A via de acesso que será utilizada está pavimentada e todos já conhecemos: o STF.
A hora se aproxima, e será logo após o recesso da Corte. Estejamos preparados!
Não há o que comemorar. O que o obtivemos no Domingo foi uma vitória de Pirro.

O Petismo ainda é dominante
Por Olavo de Carvalho - filósofo
Subestime a religião socialista, e eles vão arrebentar você de novo.
O petismo ainda é dominante em 3 zonas:
- nas universidades, especializações, mestrados e doutorados;
- fortíssimo no campo jurídico, reduto de 'justiceiros sociais' completamente doutrinados;
- na arte, devido ao espírito anti-conservador da geração beat e do pós-modernismo.
Com a condenação de Lula, eles estarão cada vez mais obcecados e ressentidos, com um sentimento de vingança mais do que profundo na raiz da alma, e estão neuróticos achando que enveredaram em uma cruzada final contra o 'mal', contra o 'grande capital'.
A doença mental difusa do PT e do esquerdismo em geral têm uma racionalidade própria, possui auxílio direto da KGB, do serviço secreto cubano, além de seguirem recebendo dinheiro dos globalistas, e, enquanto a burguesia brasileira solta foguete com a prisão do Lula, eles estão se reformulando, trocando de pele porque este é o ofício da cobra.
Membros de uma seita não desistem nunca. É preciso ver a prisão de Lula como uma janela, uma oportunidade para entrar com bisturi na guerra cultural que mal começou no Piauí.
Estamos no olho do furacão de uma reviravolta cultural que vai durar uns 200 anos. Recomendo que treine os seus filhos, pois precisaremos deles.

Conclusão
Aparentemente o pessoal não entendeu o que está acontecendo, continuam com a lenga-lenga de inocentes enquanto utilizaram e continuam a utilizar estratégias de guerra durante décadas e esperam comportamento “ético” dos adversários:
  1. Os lados envolvidos nessa pendenga são iguaizinhos, só que diferentes: são iguais na safadeza, diferentes nas pretensões;
  2. A cleptocracia não se instalou no governo do PT, está aí há pelo menos 500 anos (sei lá se os índios eram corruptos), apenas retirou o verniz que cobria essa corja;
  3. Ao retirar o verniz, as pessoas conscientes puderam ver o que estava por trás do projeto da quadrilha e era muito pior do que a corrupção utilizada para atingir os seus objetivos, era um projeto de implantação do socialismo e, consequência inevitável, o fim da democracia.

Essa é a questão que se coloca e o motivo pelo qual precisamos repensar o apoio às esquerdas, claramente uma ilusão que leva ao fanatismo e a loucura de pessoas que deveriam, por sua formação, estar imunes a seitas, assim como a ideologias obtusas.




O ninho onde se acalenta o ovo da serpente (clique no link): Conheça o Foro de São Paulo
Reconheço, sou parcialmente responsável por isso, durante quase 30 anos de minha vida apoiei essa gestação, na crença, como hoje percebo em pessoas ingenuamente iludidas, de que estava apoiando um movimento libertário e justo por melhores condições de vida para todos.
Por isso sofro mais, é como quando estamos acompanhando o crescimento dos filhos e tentamos mostrar que o fogo queima, mas só queimados é que aprendem.
Estou apenas fazendo a minha parte, como muitos tentaram na Rússia, na Alemanha e mesmo no Brasil (09/07 e o M.M.D.C. são a prova).
É certo que eles não têm nenhuma chance no Brasil, só lamento que poderíamos estar unidos pelo país ao invés de nos digladiando por ídolos inescrupulosos.
Agora I give up, alea jacta est, só torço pelo melhor e pelo mínimo sofrimento pra todos.

Tolerância x Ignorância

O que chama a atenção nessa discussão é a atitude dos radicais, seja de que lado for.
Para esses, os que pensam diferente estão sempre demonizando um lado, não viram ainda o caminho da luz, não merecem ser ouvidos, porque, obviamente, estão errados.
A expressão "demonizar" é interessante já que estabelece uma confrontação entre anjos e demônios. Nesse embate me causa preocupação o lado angelical, representado por pessoas "piedosas" de dentro de seus condomínios e automóveis automáticos, andando de bicicleta por opção, não por terem entregado seus carros aos pobres, ou, quando não conseguem esse nível de vida, reclamando de seus empregadores, que lhes pagam apenas "dez" salários mínimos, e nunca se avaliando criticamente para perceber onde podem estar errando.
Fica evidente a correlação entre intolerância e ignorância, apenas os ignorantes e, pior que isso, simplórios, podem supor saber a verdade e estarem certos, não carecerem de boas perguntas, de visões diferentes para, paulatinamente e num processo sem fim, irem construindo suas conclusões sempre provisórias, válidas até que novas informações e novos enfoques surjam na discussão.
É triste, embora absolutamente verdadeiro em nossa sociedade macunaímica.

Biografia de um herói nacional
Personagem fictício de um país de fantasia.

Qualquer semelhança com personagens reais é mera coerência.
Viveu a melhor situação do mercado externo em muitos anos e não poupou.
Favoreceu "campeões nacionais" com benesses extraordinárias e financiamentos subsidiados pelo povo.
Destinou verbas imensas em obras para países "irmãos", com financiamentos também financiados pelo povo e fazendo vista grossa e ouvidos moucos para os protestos dos povos dessas "ditaduras do proletariado", aliás projetos com os quais comunga os mesmos ideais.
Investiu em obras faraônicas como o pré-sal, olimpíadas, copa do mundo e até refinaria nos Estados Unidos, tudo financiado pelo povo.
Sempre bom lembrar que tudo isso e mais a propalada distribuição de renda, foi financiado pelo povo. Os mais ricos, banqueiros, empresários, mesmo os que não tiveram o privilégio de serem escolhidos como "campeões nacionais", foram agraciados com isenções, subsídios e outras benesses.
Quando as condições externas pioraram, coisa que tinha sido prevista por toda a comunidade econômica internacional e nacional, e o rombo surgiu, tentou remendar gastando mais.
Sendo um metalúrgico imigrante nordestino, alardeando sua origem humilde, amealhou cerca de 12 milhões de reais o que não inclui várias aplicações financeiras não verificadas.
Quando foi tirado do poder por absoluta falta de condição de governar, acusou os sucessores de serem responsáveis pelos desmandos feitos no seu governo.
Interessante, é como dizia o matador: quem mata é deus, eu só aperto o gatilho!

Corrupção?
Ah, é! Tem isso também.
Vamos dar um desconto porque nesse aspecto foi um amador, tadinho, não no montante, que foi recorde, mas na competência, nunca foi tão fácil pegar um ladrão, o juiz justiceiro agradece.

Lula preso
Condenado por 15 juízes, 8 indicados pelo grupo do PT.
Patético ver a que se reduziu um movimento tão prodigioso como o que eu participei ao longo de tantas décadas. Curioso que todas as campanhas em que me engajei desde os anos 80, com Suplicy, Erundina, Plínio, Lula e tantos outros, só pra falar das eleições majoritárias, foram realmente prodigiosas, levantando o povo como só voltou a ocorrer nos impeachments do Collor e da "presidenta", entretanto, todas elas, as campanhas, foram derrotadas.
A chegada ao poder acabou com o sonho e hoje vemos a que se reduziu tudo por que lutamos, um grupinho de pelegos da mesma proporção daqueles que a direita conseguia juntar tempos atrás. A situação se inverteu, conseguiram "endireitar" o país.
É! Finalmente conseguiram. O PT transformou o país numa grande MSE - Multidão sem Educação.
Tudo que criticamos neles agora temos "orgulho" de fazer.

Comentário sobre a estratégia do PT
Anjos, à primeira vista é o que parece ser a ideia que os defensores do socialismo fazem dos seres humanos, seres capazes de justiça, dedicação, altruísmo, temperança etc.
Um olhar mais atento revela algo bem diferente, a obsessão por controle que fica patente pela forma como propõe impor a distribuição da riqueza e até mesmo as formas de produzi-la mostra a total falta de confiança na capacidade de decisão dos indivíduos, daí a tendência ao totalitarismo.

Ideologia - eu quero uma pra mim
1.   qualquer que seja o sistema há que se evitar a concentração de poder, isso vale para a política como para o mercado;
2.   a educação é a base de qualquer possibilidade de melhoria na sociedade e o conhecimento distribuído é mais eficaz;
3.   o pensamento único revela uma de duas coisas: burrice ou má fé;
Apesar disto ser um tipo de ideologia, não acredito em ideologias estabelecidas, a alternância é muito mais alinhada com meu modo de pensar.
Desenvolvimento e distribuição de renda são incompatíveis, sem desenvolvimento não há renda, sem distribuição de renda não há condições para o desenvolvimento, portanto a única solução é a alternância.
A democracia e o capitalismo são muito ruins, mas não vejo melhor opção.
Para concluir: é exatamente para tentar desmontar qualquer pretensão de estabelecer um totalitarismo que continuo me expressando.




Adendo sobre o fim do capitalismo
A cada um conforme a sua necessidade: Tá bom, mas eu quero mais!
De cada um conforme a sua capacidade: Tô bem, mas quero trabalhar menos!


Adendo sobre a Petrobrás

No Brasil, empresa estatal nunca foi empresa pública, mas de políticos corruptos;
A única solução é a concorrência, privatizar em partes, campo por campo, refinaria por refinaria, subsidiária por subsidiária.
Soberania? Que soberania?
Aqui os donos do poder só entendem soberania como "ser soberano"!

Democracia x Demotopia
                                                                                                                                                                              20/07/2018
Se tem uma coisa que sempre me ocupou a mente foi essa discussão entre socialismo e capitalismo.

Talvez por ter nascido em plena guerra fria, provavelmente vivia ouvindo quem defendesse um ou outro lado. Depois, tendo nosso país sofrido interferência direta desse conflito, com as forças de esquerda – na época consideradas comunistas – confrontando o resto do mundo, já que o império americano estava em seu auge e, portanto, dominava a economia e o pensamento da maior parte do mundo, e sendo essas forças (ou fraquezas) de esquerda sido derrotadas em 1964, com a “redentora”, passei, como todos os meus contemporâneos, por anos sombrios em que, ao contrário do que desejavam os ditadores, se fermentou mais ainda o pensamento socialista por aqui.

Muito bem, de vez em quando tenho uns insights, às vezes "espontâneos", às vezes "provocados" e preciso registrar para não perder essas linhas de raciocínio que são a base do meu equilíbrio, porque quando se pensa muito às vezes morre um burro.

Tem a ver com a democracia, sempre ligada à ideia de capitalismo, enquanto imagina-se o socialismo como totalitarismo.

O insight "espontâneo" foi durante minha peripatetada (caminhada pensativa), quando me veio à mente essa situação bizarra do Trump com o Putin – inacreditável que não haja alguém pra se levantar e dar um basta nisso, alguém que esteja investigando esse cara, que tenha informações sobre o que há por trás dessa aliança tão absurda, que dê base para um impeachment!

Ato contínuo me veio a lembrança da nossa situação política: um poder executivo tombado e sem forças, diante de um legislativo e um judiciário onipotentes que sitiaram o país para atender, não à vontade do povo, mas às suas necessidades corporativas.

Não que o poder executivo seja muito melhor, apenas tem menos poder, por incrível que possa parecer.

O que há em comum nesses dois casos?

A incoerência entre nosso senso comum e a realidade.

Estamos habituados, desde muito tempo, a admitir que a democracia é uma forma de organização do poder que garante, no mínimo, que alguém não consiga enganar a todos por todo o tempo, acreditamos que o próprio conflito de interesses entre os detentores do poder, bem como a divisão desses poderes, em que um fiscaliza o outro, seriam suficientes para, a médio prazo, as coisas irem se ajeitando.

Na idade média o senso comum era: A voz do rei é a voz de deus! Tanto isso era verdade que um súdito aceitava docilmente ceder ao rei prima nocte (aliás, parece que o primeiro voluntário foi um carpinteiro chamado José).


Hoje, mesmo com certo ceticismo, queremos crer que a voz do povo é a voz de deus. 

O fato é que não é assim e, muitos dirão, não chega a ser novidade.

O que me ocorreu é por quê é assim.

Voltemos ao caso do Trump + Putin: o que está ocorrendo é que todas as instâncias do poder estão de alguma forma comprometidas com o mecanismo que está em funcionamento e todos tem algo a perder com o desmascaramento de um presidente – é um pouco aquela fábula do rei que saiu nu do castelo. Com isso há uma paralisia das instituições, como se todos estivessem torcendo pra tudo sair bem sem muito barulho.

No nosso caso temos um legislativo cheio de privilégios e poder e um judiciário não menos poderoso e não menos agraciado por privilégios. Ora, é um mecanismo autoalimentado, à medida que conquistam poder, aumentam seus privilégios que reforçam atitudes cada vez mais corporativas dos seus membros, ciosos de seus privilégios, afastando-os cada vez mais das causas para as quais foram eleitos.

Chegamos a uma explicação plausível de porque a nossa Democracia não é mais um poder do povo, é mais uma Demotopia, uma ilusão do povo.

Quando as estruturas de poder se tornam fortes, o que é o objetivo original de suas formações, passam a ser contaminadas pelas suas necessidades corporativas, aqui entendidas como a superposição dos desejos individuais e particulares de seus membros.

Isso só não ocorre em sociedades que gozam de muita fartura, em que há um grau satisfatório de confiança entre os indivíduos e instituições, já que na abundância a competição será sempre mais “educada”.

insight "provocado" foi logo em seguida, quando, lendo o livro “A Miragem do Mercado”, de Wladimir Pomar (1991), cheguei na seguinte frase:
No período de transição do capitalismo para o socialismo, o Estado desempenharia papel importante para destruir o velho aparelho de dominação e criar uma verdadeira democracia socialista. Esse Estado, de natureza diferente do antigo Estado capitalista, embora assimilando e ampliando muitas das conquistas da democracia burguesa, deveria ser o Estado da ditadura do proletariado.
Da mesma forma que uma economia planificada e controlada pelo estado não é viável, por constituir-se de um complexo ecossistema, uma ditadura do proletariado seria outra utopia, uma vez que, em pouco tempo, as instituições estariam totalmente dominadas pelas suas necessidades corporativas e o povo teria que esperar.


Outra ilusão é imaginar que as antigas elites exploradoras continuariam a empreender ou que a massa proletária teria capacidade de obter os mesmos resultados da fase capitalista. Obviamente não, ou seja, uma nova elite, formada pelos mais capazes, teria que assumir o papel da velha, e uma vez no poder repetiriam os mesmos vícios de qualquer grupo com poder suficiente para garantir seus próprios privilégios.