Socialismo x Liberalismo

01/01/2023

Neste dia de transição democrática, resolvi, mais uma vez, registrar minhas ideias sobre esse fenômeno chamado política.

O socialismo é um sistema político e econômico no qual o governo controla a produção e a distribuição de bens e serviços. O objetivo é garantir que todos os membros da sociedade tenham acesso igualitário às necessidades básicas, como alimentação, abrigo, saúde e educação. Existem várias formas de socialismo, mas todas visam a diminuição das desigualdades sociais e econômicas e a promoção da justiça social. Alguns críticos do socialismo argumentam que ele limita a liberdade individual e a iniciativa privada, enquanto outros defendem que ele pode levar a um aumento da eficiência econômica e a um aumento do bem-estar geral da sociedade.

O liberalismo é uma ideologia política e econômica que defende a liberdade individual, a propriedade privada e o mercado livre. Os liberais acreditam que o governo deve ter um papel limitado na economia e na vida das pessoas, e que as pessoas devem ter a liberdade de fazer suas próprias escolhas e tomar suas próprias decisões. Eles defendem a redução dos impostos e a diminuição da regulamentação estatal, alegando que isso cria um ambiente mais propício para o crescimento econômico. Alguns críticos do liberalismo argumentam que ele privilegia os interesses de empresas e indivíduos ricos em detrimento do bem-estar geral da sociedade e da justiça social.

Como é óbvio, os dois extremos são ruins, o socialismo, ao limitar a liberdade individual e a iniciativa privada, eliminam o estímulo à geração de riqueza, à competitividade e ao progresso tecnológico, o liberalismo, ao privilegiar os interesses de empresas e indivíduos ricos, favorece a concentração de riqueza e, consequentemente, o aumento da pobreza de parcelas significativas da sociedade.

Imaginou-se que a alternância de poder poderia compensar as desvantagens de um ou de outro sistema, mas, exceto em países pequenos e com uma cultura bem desenvolvida, em que o nível de confiança entre os membros da sociedade é alto, na maioria das sociedades mais complexas só tem acirrado o radicalismo e, a cada alternância, o novo governo tenta desmontar todos os "avanços" que o anterior tenha realizado.

Resumindo, como também é óbvio, só o desenvolvimento da consciência, principalmente das parcelas mais ricas da sociedade, pode propiciar o equilíbrio necessário entre as políticas socialistas e as liberais.

Entretanto o socialismo sempre será pior do que o liberalismo, resultando sempre em mais pobreza e crises intermináveis.

E o motivo é muito simples, porque o socialismo tenta resolver os problemas da sociedade por imposição, obrigando os agentes econômicos a se submeter pela força aos planos do governo, provocando desestímulo e forte reação contra esse autoritarismo. Como efeito colateral dissemina a ideia de que os ricos e poderosos devem ser combatidos, minando ainda mais a confiança interna da sociedade.

Na minha opinião, em uma sociedade bem estruturada, o pobre vê o rico como exemplo, como a prova de que, com esforço e competência a evolução social é possível. Claro que para isso, é necessário que haja muito respeito, uma ética baseada na honestidade e práticas de competição justas, só assim a confiança, não a força,  poderá crescer e permitir um desenvolvimento com harmonia.

Ainda que o liberalismo seja incapaz de resolver o problema da justiça social, me parece um ponto de partida melhor para evolução da sociedade, uma vez que o ambiente de liberdade é mais propício para o desenvolvimento da consciência. A desigualdade social também é ruim para os negócios e os agentes econômicos tendem a buscar soluções para atenuar esse efeito deletério. Se isso realmente aconteceria no longo prazo, caso o liberalismo se sustentasse por esse período, é difícil dizer, entretanto, arrisco afirmar que pela força isso seria ainda mais improvável.

Uma ilusão frequente é a de que uma empresa estatal é um patrimônio do povo, um bem à disposição de um país. Nada mais falso, afinal, como alguém disse, ninguém sai pra jantar com o povo ou com um país, essas são apenas representações virtuais de ideias, não têm corpo, uma empresa estatal está sob o comando de alguém de carne, osso e ambições, que pode tomar decisões boas, mas também pode tomar decisões muito ruins. Infelizmente o mais provável é que sejam decisões ruins, pelo menos no longo prazo, porque serão decisões de uma só pessoa, ou de um pequeno grupo, normalmente ideológico.

Como não canso de falar, considero as convicções muito perigosas, mas, pro bem ou pro mal, não sou imune a elas, e uma das mais fortes é a de que devo combater sempre a concentração de poder, seja de que ideologia for, e nenhum sistema socialista prescinde dessa concentração, desse autoritarismo, pelo simples motivo de precisar impor pela força a divisão da riqueza.

O capitalismo liberal, as sociedades anônimas por ações, o livre mercado, são premissas para uma sociedade ter alguma chance de evoluir para um sistema como o que vemos em países socialmente desenvolvidos, embora eu reconheça que esse desenvolvimento é muito difícil em países complexos e imensos como o nosso.


O único caminho que vejo é combater qualquer concentração de poder, evitar o máximo possível o socialismo e apoiar todas as iniciativas que melhorem a educação do povo. Nesse processo, em função das circunstâncias, vou votando em representantes de várias tonalidades.