A
morte tem duas faces: Negativa e positiva.
A leveza do futuro, conforme o que foi preparado.
Saber morrer é a grande sabedoria!
Que eu tenha dignificado minha condição de homem,
Aceitado minhas limitações e me feito pedra de segurança
dos valores que já desmoronaram.
Morrerei em tempos confusos, se há contradições,
lutas e pedras não sejam legados da morte
e sim lições para quem fica. Aprendi a morrer!
A leveza do futuro, conforme o que foi preparado.
Saber morrer é a grande sabedoria!
Que eu tenha dignificado minha condição de homem,
Aceitado minhas limitações e me feito pedra de segurança
dos valores que já desmoronaram.
Morrerei em tempos confusos, se há contradições,
lutas e pedras não sejam legados da morte
e sim lições para quem fica. Aprendi a morrer!
Aprender a morrer é viver aprendendo.
Aprendi com meus pais,
Aprendi com meu avô,
Aprendi com meus tios,
Aprendi com meus professores,
Aprendi com meus chefes,
Aprendi com meu sogro,
Aprendi com meus colegas,
Aprendo com minha mulher,
Aprendo com meus filhos,
Aprendo com meus sobrinhos,
Aprendo com minha irmã,
Aprendo com os livros,
Aprendo comigo mesmo,
Aprendo, aprendo, aprendo...
Apenas isso, morrer aprendendo.
Aprendi com meus pais,
Aprendi com meu avô,
Aprendi com meus tios,
Aprendi com meus professores,
Aprendi com meus chefes,
Aprendi com meu sogro,
Aprendi com meus colegas,
Aprendo com minha mulher,
Aprendo com meus filhos,
Aprendo com meus sobrinhos,
Aprendo com minha irmã,
Aprendo com os livros,
Aprendo comigo mesmo,
Aprendo, aprendo, aprendo...
Apenas isso, morrer aprendendo.
Essa é a grande missão do vivente, aprender, não para si, mas
para o universo, ser a própria enteléquia,
ou seja, o verbo inicial da criação,
em constante desenvolvimento pela agregação das experiências e aprendizados das
criaturas.
Planos para viver eternamente, não para a ‘Vida Eterna’!
Que
a vida lhe seja intensa, pois é a única coisa que você vai experimentar. A
morte só estará presente quando você não existir mais!
Decepção, sentimento que
engana, já se disse que deus se diverte realizando os desejos dos homens, mais
ainda, que o diabo fica triste quando o homem se decepciona, sendo assim
aprendi a cuidar com muito carinho de minhas decepções, é delas que surgirão as
possibilidades, as ações e as mudanças, três elementos que constituem a vida!
O silêncio se tornou
eloquente, bastou a perspectiva real de mudança, o fim do caminho fácil das
certezas, bastou o futuro voltar a ser o que sempre foi: incerto!
deixou questionamentos
omitidos que, de repente, como uma avalanche, se precipitaram nos facebooks da vida e revelaram todas as
contradições que o silêncio já anunciava.
Esperança, sentimento persistente,
já se disse que é o último que morre - essa a melhor definição da palavra Fé - dela nunca me separei, a enteléquia essencial que constrói
futuros!
Todos os enganos criativos
e os acertos superados continuarão incomodando, desafiando e produzindo vida
onde as certezas pretenderão sempre a conclusão utópica e mortal.
Assim
eu vejo a vida
Cora
Coralina
A vida tem duas faces: Positiva e negativa.
O passado foi duro, mas deixou o seu legado.
Saber viver é a grande sabedoria!
Que eu possa dignificar minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações e me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes, aceitei contradições,
lutas e pedras, como lições de vida
e delas me sirvo. Aprendi a viver!
O passado foi duro, mas deixou o seu legado.
Saber viver é a grande sabedoria!
Que eu possa dignificar minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações e me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes, aceitei contradições,
lutas e pedras, como lições de vida
e delas me sirvo. Aprendi a viver!
Cora
Coralina (Ana Lins do Guimarães Peixoto
Brêtas), 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás. Em
1903 já escrevia poemas sobre seu cotidiano, tendo criado, juntamente com duas
amigas, em 1908, o jornal de poemas femininos "A Rosa". Em 1910, seu
primeiro conto, "Tragédia na Roça", é publicado no
"Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", já com o
pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911 conhece o advogado divorciado Cantídio
Tolentino Brêtas, com quem foge. Vai para Jaboticabal (SP), onde nascem seus
seis filhos: Paraguaçu, Enéias, Cantídio, Jacintha, Ísis e Vicência. Seu marido
a proíbe de integrar-se à Semana de Arte Moderna, a convite de Monteiro Lobato,
em 1922. Em 1928 muda-se para São Paulo (SP). Em 1934, torna-se vendedora de
livros da editora José Olimpio que, em 1965, lança seu primeiro livro, "O
Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1976, é lançado "Meu
Livro de Cordel", pela editora Cultura Goiana. Em 1980, Carlos Drummond
de Andrade, como era de seu feitio, após ler alguns escritos da autora,
manda-lhe uma carta elogiando seu trabalho, a qual, ao ser divulgada, desperta
o interesse do público leitor e a faz ficar conhecida em todo o Brasil.
Sintam a
admiração do poeta, manifestada em carta dirigida a Cora
em 1983:
"Minha
querida amiga Cora Coralina: Seu "Vintém de Cobre" é, para mim, moeda
de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais
diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência
humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da
vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no
Brasil e amamos a poesia ( ...)."
Editado
pela Universidade Federal de Goiás, em 1983, seu novo livro "Vintém
de Cobre - Meias Confissões de Aninha", é muito bem recebido pela
crítica e pelos amantes da poesia. Em 1984, torna-se a primeira mulher a
receber o Prêmio Juca Pato, como intelectual do ano de 1983. Viveu 96 anos,
teve seis filhos, quinze netos e 19 bisnetos, foi doceira e membro efetivo de
diversas entidades culturais, tendo recebido o título de doutora "Honoris
Causa" pela Universidade Federal de Goiás. No dia 10 de abril de 1985,
falece em Goiânia. Seu corpo é velado na Igreja do Rosário, ao lado da Casa
Velha da Ponte. "Estórias da Casa Velha da Ponte" é lançado
pela Global Editora. Postumamente, foram lançados os livros infantis "Os
Meninos Verdes", em 1986, e "A Moeda de Ouro que um Pato Comeu",
em 1997, e "O Tesouro da Casa Velha da Ponte", em 1989.
O poema
acima, inédito em livro, foi publicado pelo jornal "Folha de São
Paulo" — caderno "Folha Ilustrada", edição de 04/07/2001.
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