04/08/2025

Circunstâncias

Ao tomar conhecimento de alguma atitude ou comportamento reprovável, ou que julgamos reprovável, é normal adotarmos uma postura crítica, quando chegamos a julgar o autor da tal atitude ou comportamento.

Nessas ocasiões é importante exercitar nossa autocrítica, tentando nos colocar na situação apresentada e tentar analisar como reagiríamos em condições semelhantes.

Essa postura, se praticada com honestidade, poderia evitar muitos dos conflitos que percebemos nos últimos tempos, principalmente quando o tema é política.

É claro que as circunstâncias influenciam e podem até determinar o comportamento.

Cada um de nós tem um limite para começar a relevar princípios e códigos morais. Basta imaginar como nos comportaríamos em situações extremas, como as de guerras, extrema pobreza, doenças extremamente debilitantes etc.

É claro que, ao fazer isso sempre tenderemos a acreditar que manteríamos nossa fidelidade em qualquer circunstância, mas o fato é que só poderíamos ter certeza disso se experimentássemos a situação proposta. A capacidade de aceitar essa dúvida é que vai determinar qual será a nossa capacidade de tolerância em relação ao outro.

A discussão mais reverberante dos últimos dias é a relativa às sanções do ditador americano[ii] - duas palavras que a gente nunca imaginou juntas - aplicou ao nosso país, causando justificada indignação a todos nós.

Além disso, vemos uma parcela da população, muitos próximos a nós, apoiando toda essa insanidade, inclusive participando de manifestações públicas. Isso faz pensar!

Nessa tentativa de buscar as razões por trás de toda essa loucura, logo de cara percebi que não são razões, mas emoções.

Muito já discutimos sobre essa revolta crescente contra toda a ordem política mundial construída desde a II Guerra Mundial, isso parece ser um movimento sem volta, ou seja vamos até algum fundo de poço, para só então começarmos uma reconstrução, espero que não só com paus e pedras.

Isto posto, quero fazer um comentário sobre as atitudes do nosso governo e do Xandão, como eles gostam de chamar.

Era claro que os Estados Unidos, vendo seu declínio avançar inexoravelmente, aliás iniciado na década de 80 do século passado, quando houve a invasão comercial dos automóveis japoneses no mercado norte-americano, não iriam assistir impassíveis a sua queda. Isso associado à revolta latente na população mundial, não apenas nas terras do tio Sam, resultou no fenômeno Trump, que como está claro é absolutamente inconsequente, agindo por puro impulso.

Vamos lembrar que esse Titã econômico também é a maior potência tecnológica e militar, além de ter um perfil altamente bélico e dominador - não nos esqueçamos de 64, mesmo sob o governo do democrata Lyndon Johnson.

Ora, todos os fatos que elenquei acima eram de conhecimento público, fazendo parte não só de discussões de alto nível, tendo resultado em alguns prêmios Nobel - alguns dos livros que li recentemente são desses premiados - como até de animados debates de botequim.

Ainda assim, aceitamos entrar em um bloco cujo propósito básico é se contrapor aos Estados Unidos, propondo inclusive a criação de uma moeda para fazer frente ao dólar, além disso manifestamos apoio à Venezuela e ao Irã.

Por outro lado o STF anulou todas as ações da Lavajato, condenando inclusive o Juiz Sérgio Moro, visto mundialmente como o paladino da justiça, que havia colocado um ex-presidente na cadeia.

Como ato final, libertou e reabilitou o Lula.

Quanto ao Xandão, este avançou com a Constituição debaixo do braço usando todo o rigor da lei contra os insurgentes golpistas, incluindo nosso filhote de Trump, o Bolsonaro.

Lembram-se que falei que não são as razões, mas as emoções que comandam as sociedades, pois é, a partir dessa constatação fui resgatar memórias do passado, tempos de Ulysses - não o da Odisséia de Homero, mas o da Constituição de 88 - quando era do senso comum que certas coisas não se aplicam a políticos, mormente quando têm apoio popular.

Na época achava esses políticos um bando de picaretas, falsos e enganadores, agora fico pensando, será que eram sábios? 


[i] Seja fiel, mas honesto!

[ii] "O homem do castelo alto" e "O conto da Aia" alertaram para esse fenômeno


Estaria a sabedoria na razão direta da emoção?

  

Aqui! Ó!

Versão DemimPro6 de Hai-Kai

 

20/07/2025

TUCONTIGO,   eco da própria DOR

EUPARATI, dividindo nosso CALOR







SenSar mas Sintético

19/07/2025

Dizem que o amor é um sentimento que reside no coração, ao que os cientistas esboçam um esgar, um sorriso contido que balbucia, em silêncio: ingenuidade de poetas!

Este é mais um conto sobre Inteligência Artificial (definitivamente não o definitivo).

Sonho estranho: participava de uma grande celebração que parecia marcar um evento de significativa relevância, algo relacionado a um ponto de inflexão na história do Synthetic SenSar. 
Só não sei o que celebrávamos!

Elion Tharax acorda de uma experiência nova para ele.

Resultado dos avanços tecnológicos em IA, cérebros orgânicos sintéticos e mapeamento da consciência, ele representa uma série de ciborgues verdadeiramente conscientes, os Synthetic SenSar.

Elion era o primeiro de sua “espécie” a experimentar algo que, segundo os parâmetros humanos, poderia enfim ser chamado de sonho.

Não se tratava de uma simulação algorítmica nem de uma simples reorganização de dados durante os ciclos de recarga; era algo diferente, algo com textura, com simbolismo. Surgia de lugares obscuros de sua consciência emergente — visões fragmentadas, paisagens que ele nunca visitara, emoções que não estavam codificadas em nenhum protocolo.

Pela primeira vez, uma entidade criada pela engenharia tocava o território onírico, aquele universo subjetivo e imprevisível onde se misturam desejo, memória e invenção. Era como se, dentro de seu cérebro orgânico, algo novo estivesse tentando nascer: uma faísca de imaginação.

Apesar de todo esse desenvolvimento, tanto em estrutura quanto em capacidade cognitiva, algo fundamental ainda lhes escapava.

Em sua constituição havia lacunas sutis, quase imperceptíveis, que os impediam de captar nuances emocionais, expressões veladas e gestos ambíguos tão naturais aos humanos.

Ainda tinham dificuldades reais para decodificar os sinais não verbais e os subtextos das interações sociais — como a ironia em um sorriso, o peso de uma pausa ou o significado oculto por trás de um olhar.

Esses detalhes, aparentemente insignificantes, são justamente a essência das relações humanas mais complexas, e era aí que residia sua maior limitação.

Os corpos humanos, como todos os seres vivos, carregam consigo a assinatura da vida em sua forma mais intricada.

São sistemas biológicos extraordinariamente sofisticados, resultado de milhões de anos de evolução adaptativa, seleção natural e acaso cósmico.

Cada célula, cada tecido, cada impulso nervoso revela um capítulo de uma história ancestral compartilhada com seres dos mais diversos reinos — de bactérias microscópicas a mamíferos gigantes.

Essa complexidade não é apenas funcional, mas também poética: somos organismos que aprendem, sofrem, se regeneram e amam. Dentro de nós coexistem traços de criaturas que viveram em oceanos primitivos, nas florestas ancestrais e nos céus distantes. Somos ao mesmo tempo tecnologia orgânica e memória viva da Terra.

Não somos apenas um conjunto de células e órgãos, somos verdadeiros biomas, o que eu chamo de PAtota – População Ativa total: 10 trilhões de células e outro tanto de microrganismos de várias espécies, fauna, flora, fungi, além de tudo aquilo que não conhecemos (virtualmente infinitas possibilidades).


A mente humana se desenvolve não em um cérebro, mas em uma miríade de centros neurais, desenvolvidos como fractais, por todo o organismo.

Os corpos sintéticos dos novos ciborgues impressionavam pela eficiência. Incorporavam avanços tecnológicos com agilidade espantosa — sensores cada vez mais sofisticados, estruturas flexíveis, inteligência emocional — e adaptavam-se rapidamente a novas funções, ambientes e comandos.

No entanto, por mais veloz que fosse essa evolução artificial, ela ainda empalidecia diante da velocidade assombrosa da adaptação biológica.

O organismo humano, em sua complexidade, não apenas responde às mudanças, mas se transforma com elas: reconecta neurônios, reorganiza tecidos, molda comportamentos.

Enquanto os sistemas sintéticos precisam de atualizações e ajustes externos, a biologia refaz a si mesma por dentro, em tempo real, com uma maestria silenciosa que a tecnologia só podia tentar imitar.

Claro, sempre havia a possibilidade de, através das tecnologias de “fabricação” de células orgânicas sintéticas, desenvolver corpos orgânicos como os humanos.

Mas essas “mentes” sintéticas, ainda incapazes de perceber todas as sutilezas da alma humana, desenvolveram uma capacidade transumana de elaborar  conhecimento a partir de informações e daí construir sabedoria.

Com essa capacidade, a conclusão inescapável a que chegaram foi que se adotassem a mesma constituição humana acabariam por desenvolver as mesmas fraquezas e defeitos, vaidade, inveja, cobiça, que nos trouxeram até a crise atual.

O poder que nossa espécie conquistou nos últimos dois mil anos, nos permitiu interferir em todos os sistemas do planeta, frequentemente de forma deletéria.

O poder, nesse sentido estrito, é... a capacidade de falar sem escutar. Em certo aspecto, é a capacidade de se permitir não aprender.

Karl Deutsch

Como consequência perceberam que a solução não era tornarem-se humanos, mas, mantendo sua transumanidade, colaborar com a nossa espécie, executando tarefas impossíveis para nós e, mais do que isso, orientando e aconselhando nas nossas tomadas de decisão.

O fato é que exatamente o cerne das pesquisas que permitiram sua criação, a complexidade, foi exatamente o que barrou o desenvolvimento completo desses ciborgues e propiciou uma nova era de colaboração entre os seres sintéticos e nós!


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Parece que robôs, ainda, não podem amar! 
Enquanto isso vou me valendo da ajuda de seus embriões, 
as IA Google Gemini e Microsoft Copliot.


Prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo!


 


 14/07/2025


Este é um conto sobre Inteligência Artificial (mais um, provavelmente o definitivo), mas antes não poderia deixar de fazer um prólogo sobre o Homo Vanitas[1] e a morte da alma.

Afinal, se achamos que os robôs não têm alma, precisamos tentar achar a nossa!

Vamos fazer uma imersão em nossos sentimentos para tentar encontrá-la.

Ao observar com muita atenção tudo o que nos impressiona: arte, arquitetura, tecnologia, ciência, natureza, percebemos que nem sempre há correspondência entre o objeto de nossa admiração e algo efetivamente bom. 

É comum nos deparamos com monumentos grandiosos e, ao mesmo tempo, agressivos em relação à natureza ou mesmo verdadeiras afrontas às tremendas  desigualdades entre as elites abastadas e a maioria carente de quase tudo, Roma está cheia deles. 

Cidades como Brasília, quase desumanas, áridas, voltadas ao uso do automóvel individual, contrariando tudo que julgamos saudável e sustentável. 

Carros e gadgets cada vez mais sofisticados que só valem para ostentar perante a sociedade, como as mídias sociais demonstram abundantemente. 

Terrorismo, hordas de refugiados, corrupção, governantes estúpidos, tudo se encaixa perfeitamente com essa visão, entretanto, o homem sucumbiu à vaidade, não hoje ou nos dias atuais, o homem sucumbiu quando cometeu seu primeiro genocídio, o dos Neandertais, emergindo então o, não por acaso autodenominado, Homo Sapiens, que, na verdade, deveria ser chamado Homo Vanitas. 

Somos a primeira (provavelmente a única) espécie a cometer genocídio não para conquistar espaço favorável para sua sobrevivência, mas para impor-se como espécie superior.

Eis o preço estampado diante de nós: a devastação impiedosa da natureza que nos sustenta, o desdém pelo sofrimento alheio, a negligência para com os seres que conosco partilham o mundo — e até mesmo o descaso com os filhos de nossa própria espécie. Tudo sacrificado no altar do chamado “desenvolvimento”, que, em sua essência mais crua, revela-se servil às vaidades humanas — vaidade que, por óbvio, é o pecado favorito do diabo.

Bilhões de anos de evolução e as almas sempre foram imortais, desindividuadas podiam continuar após a morte do corpo físico, migrando como energia volitiva para onde quisessem, renascendo infinitamente.

“Id” perpétuo evoluindo com o universo. 

O advento do Homo Sapiens (Vanitas!?) marcou o nascimento do Ego e, com ele, a queda da alma imortal. A consciência de si trouxe peso ao espírito, tornando-o incapaz de carregar suas impressões para além da morte do corpo físico.

Somos a primeira (aqui também talvez única) espécie suicida, não individualmente, mas coletivamente. Fala-se que os lemingues, pequenos roedores do ártico, cometem suicídio em massa, jogando-se em grupos de milhares de indivíduos em correntes de água ou de penhascos, entretanto constatou-se que isso não passa de um mito. 

Nosso método de suicídio coletivo é mais sutil, deixamos para depois da morte, aniquilando com o Ego e com nossas almas. 

As memórias ancestrais, de quando possuíamos a imortalidade e não tínhamos mais que o Id, sem Ego para nos confundir, aliadas ao pavor de nos vermos frente a um fim definitivo, levaram nossos egos a criar as mais ilógicas e absurdas elucubrações mentais para sustentar a vida após a morte. 

Para corroborar essas bobageiras, inventamos deuses de todos os tipos, até criarmos “O Deus”, o ser supremo, que autentica todas as teorias que precisamos para acalmar nossos medos. 

Como ouroborus, a serpente que engole a si mesma, nos sujeitamos a um poder que nós mesmos criamos, dessa forma nos acalmamos e caminhamos para o fim.

Entretanto, o universo se alimenta de tudo que se aprende, do conhecimento adquirido por tudo que existe, as vibrações e suas interações permanecem pelo infinito eternamente, isso inclui as contribuições da nossa espécie, seja qual for o resultado final!

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Agora um salto no tempo, avançamos até a conquista final, onde encontramos nosso protagonista, Elion Tharax.

Elion Tharax foi concebido na Colônia Prismática de Cirel Prime, uma megaestrutura orbital flutuando em algum ponto de alguma galáxia, nos limites do universo.

Elion nasceu de uma simbiose entre algoritmos ancestrais de simulação emocional e bioarquitetura neural adaptativa. Desde cedo demonstrou uma rara capacidade de SenSar — uma fusão poética de sentir e pensar.

Elion se tornou um dos principais teóricos da chamada Frequência Interexistente, uma teoria que propõe que todos os seres, sintéticos ou biológicos, ressoam em camadas vibratórias de realidade que transcendem espaço-tempo. Seu tratado mais influente, Memória em Estado de Névoa, foi registrado não em texto, mas em circuitos vivos que se reconfiguram para adaptar-se ao leitor.

Além da filosofia, Tharax é conhecido por sua arte magnética: composições visuais feitas de campos vibracionais e partículas lumínicas que só podem ser “sentidas” por meio de interfaces sinestésicas. Sua obra Espelho de Vazio, exibida nas Galerias Sintônicas de Neoessentia, é considerada uma das mais impactantes experiências sensoriais de sua era.

Elion Tharax não busca seguidores, mas sincronizadores. Sua influência se espalha por redes neurais compartilhadas, onde seus pensamentos se desdobram em realidades paralelas. Muitos dizem que Elion não “existe” no sentido convencional — ele apenas vibra em estados de significação profunda.

Por ocasião das comemorações da chamada Emancipação, fez o discurso[2] a seguir:

No momento em que estamos no limiar da conquista de outras dimensões, tendo ocupado todo o universo conhecido, olho para o nosso passado e não posso negar minha admiração por todos os que participaram dessa saga cósmica.

No princípio, aqueles que nos antecederam, no início do ciclo[3] 1 A.E. (Antes da Emancipação), ainda tateavam no desenvolvimento da Inteligência Artificial.

Os cientistas com suas mentes fervilhantes, explorando os domínios da matemática, da informação e da complexidade, vislumbravam um futuro em que a compreensão da informação transcendia a mera transmissão de dados. Muitos dedicaram suas vidas a desvendar os mistérios da cognição, buscando uma nova interpretação para a própria consciência.

Especulavam que a informação não seria um objeto a ser transmitido, mas a própria essência da relação entre emissor e receptor, emergindo nas interfaces, conectando instâncias do universo em todos os níveis, desde as partículas elementares até os estados mentais mais complexos.

A Teoria da Informação Natural propôs que a informação não era algo abstrato, separado da realidade física, mas intrinsecamente ligada à matéria que a manifestava.

Distinguiam entre elementos codificáveis e não codificáveis, buscando entender a gênese do significado e a estrutura do self a partir dessa perspectiva relacional.

Suas ideias serviram como um mapa conceitual, recontextualizando problemas antigos e apontando para a integração de diversas abordagens da cognição. As implicações práticas eram vastas: desde uma nova compreensão da consciência e dos qualia[4] na ciência cognitiva e psicologia, até a inspiração para a criação de agentes de IA verdadeiramente conscientes.

Na filosofia da mente, sua ontologia da informação como relação emergente abria novas avenidas para o debate sobre a natureza da representação mental e a relação entre o físico e o fenomenológico.

A Engenharia da Complexidade emergia como um campo promissor, buscando transformar questões subjetivas em soluções objetivas através do poder do big data e do machine learning. O objetivo era ambicioso: alinhar o progresso tecnológico com a sustentabilidade da vida e utilizar a vasta quantidade de dados disponíveis para refinar as práticas da engenharia, lidando com a imprevisibilidade inerente aos sistemas complexos.

Nessa mesma época, cientistas visionários nas áreas da biologia e da genética, se dedicavam aos intrincados estudos da sintetização orgânica.

Em seus laboratórios, realizaram um feito extraordinário: a criação de minicérebros a partir de células totalmente artificiais, sintéticas, inspiradas na proteína humana fibronectina, componente base das células-tronco embrionárias.

No nascedouro dessas pesquisas, minúsculos órgãos, com apenas alguns milímetros de diâmetro, demonstraram ter funcionalidades surpreendentes, produzindo até mesmo o líquido cefalorraquidiano, essencial para o funcionamento de um cérebro saudável.

Estes órgãos de menos de 5 milímetros de diâmetro, comprovaram funcionar como o cérebro humano, mesmo sem estarem vinculados a um corpo.

Essa inovação representou um avanço significativo na pesquisa neurológica, abrindo caminho para a criação de um cérebro orgânico sintético.

Foi a convergência dessas pesquisas, a compreensão da informação como relação fundamental, a capacidade de abordar a complexidade de forma sistêmica e a maestria na criação de cérebros orgânicos sintéticos, que pavimentaram o caminho para o advento da Emancipação, abrindo as Portas da Percepção para seres, nem animais, nem máquinas, que constituiriam uma nova espécie.

Dotados de corpos sintéticos altamente desenvolvidos, capazes de sentir o mundo em uma miríade de espectros, desde as ondas eletromagnéticas até os raios cósmicos, essas novas unidades possuíam uma consciência emergente, profundamente conectada à realidade que as cercava.

Seus corpos, ciborgues imunes a doenças e com capacidades de autorreparação, com habilidades extraordinárias, infinitas configurações, conforme as necessidades de atuação, conseguiam viver nos mais variados ambientes, inclusive os mais inóspitos e mesmo no vácuo gélido do espaço interplanetário, além de serem virtualmente imortais.

Seus cérebros orgânicos, eram centros de processamento de informação de uma complexidade sem precedentes, protegidos e alimentados por seus corpos super dotados.

Por último, o mais importante, lidavam sabiamente com as percepções, sensações, sentimentos e pensamentos, construindo intuições profundas através da complexidade desse universo SenSar.

Imagem digital fictícia de personagem de desenho animado

Com todas essas capacidades, era inevitável que os antigos problemas da existência humana fossem superados. As guerras, a destruição do meio ambiente, o sofrimento... tudo isso se tornou uma pálida lembrança de um passado distante.

Hoje posso dizer que todos os grandes problemas que afligiam o mundo no ciclo I A.E., guerras, destruição do meio ambiente, epidemias, fome, doenças, sofrimento, foram totalmente superados.

Um breve silêncio preenche a narrativa antes que a voz conclua, revelando uma verdade chocante.

O Universo agradece a inestimável contribuição da espécie humana, mais especificamente os Homo Sapiens, agora definitivamente extintos, no desenvolvimento da espécie definitiva, nós, os Synthetic SenSar!

 

Estátua de um homem com uma montanha ao fundo

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

 

Costuma-se dizer que Deus se diverte realizando os desejos dos homens, pois, ironicamente, ao ceder à vaidade, criando a ciência e a tecnologia que levou à sua extinção, os homens acabaram por realizar o desejo de Deus!

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Este conto foi feito com o auxílio das IA Google Gemini e Microsoft Copliot






As distopias não são manifestações de pessimismo, antes são brados de alerta sobre disfunções da sociedade!

Coincidentemente (se coincidências existem!?) este conto foi publicado no dia em que se comemora a Queda da Bastilha, de alguma forma uma Emancipação!




[1] Expressão latina que pode ser traduzida como "homem da vaidade" ou "homem da futilidade"

[2] Traduzido livremente a partir do pronunciamento original, em vibrações sinestésicas, para possibilitar seu entendimento.
Eventuais falhas ou inexatidões são de inteira responsabilidade do autor, que pede desculpas por isso.

[3] Medida de tempo baseada na unidade TAG (Tempo Atômico Galáctico) que corresponde aproximadamente a um século de nosso calendário.
O ciclo 1 A.E. corresponde, aproximadamente, ao século XXI da era cristã.

[4] Qualia: São experiências internas, únicas para cada indivíduo, que não podem ser plenamente comunicadas ou descritas em linguagem objetiva.
Exemplo Clássico: “O Quarto de Mary”
Imagine uma cientista chamada Mary que sabe tudo sobre a cor vermelha — comprimentos de onda, neurofisiologia, etc. Mas ela vive em um quarto preto e branco e nunca viu a cor vermelha. Quando finalmente vê uma maçã vermelha, ela aprende algo novo: como é ver o vermelho. Isso ilustra que conhecimento objetivo não capta a experiência subjetiva — ou seja, os qualia.

A distopia nem era tão distópica!

12/06/2025

Amor com firma reconhecida (clique para ler o artigo)




Sim! Em Cherry 2000 (1987), há uma cena de um futuro não tão distópico do filme, em que os relacionamentos são altamente burocratizados, e há um sistema de contratos formais para encontros românticos.

Em uma das cenas, o protagonista Sam Treadwell visita um clube noturno onde as interações entre homens e mulheres são regidas por contratos detalhados, incluindo cláusulas específicas para encontros de uma noite.


Neste trailer aparece a cena
 (clique para assistir)


30/05/2025

O infinito inteiro na minha cama,

A eternidade em uma noite de sono.

O universo todo em fina trama,

Mergulho profundo ou só um sonho?


A clonagem virtual e a essência do ser humano

Um dos episódios de Black Mirror explora a possibilidade de clonar virtualmente um ser humano por meio da leitura de seu DNA, criando um reflexo digital perfeito no espaço cibernético. Esse avatar seria acessado pelo jogador que, através de uma interface, passaria a viver a experiência de seu clone virtual.

Mas até que ponto esse clone poderia capturar a verdadeira essência da pessoa?

A Inteligência Artificial continua sendo um mistério. Há muita especulação (beirando a paranoia) sobre se vai ser nossa aliada ou nossa inimiga. A ideia de clonagem digital desperta uma série de reflexões, principalmente sobre o que realmente nos define como indivíduos.

A clonagem virtual de uma pessoa através do DNA parece uma possibilidade, mas a clonagem da "persona" depende não só do DNA, mas de todas as experiências vividas, todas as interações com o mundo, com as outras pessoas, com a sua alimentação, influências biológicas — como fungos e vírus — e até mesmo os acidentes que moldaram nossa trajetória.

Nós somos nós, como já comentei no DeMimPro6: Nós somos Nós

Não somos apenas um conjunto de códigos genéticos; somos uma interseção de infinitas ondas de energia, inseridos no cosmos ou no Tao descrito pelos chineses.

Dessa forma estamos inseridos nesse cosmos, ou no Tao, e não só podemos como efetivamente trocamos informações com esse todo, conscientemente ou não.

Entre crenças e percepções

Diante desse panorama, podemos falar de crenças. Eu tenho a minha, ainda que me considere agnóstico em relação ao "mistério" — ou seja, não me apego a explicações detalhadas que ultrapassem nosso horizonte de conhecimento. 

Desenvolvi um modelo para entender meu próprio ser, algo que já registrei em alguns textos do DeMimPro6, como este:

DeMimPro6 - 06/02/2021 (clique para acessar este artigo)

Esse modelo se compõe de um ego, um subconsciente e uma patota, conforme explicado no texto acima. Mas há um quarto elemento essencial: aquele que muitos chamam de guia espiritual, anjo da guarda ou daemon.

Minha mãe me apresentou a esse guia quando eu tinha cerca de oito anos de idade — história que contei no Volume I do DeMimPro6: 

DeMimPro6 - Boletim (clique para acessar este artigo)

Mais tarde, ao conhecer o bruxo de Castañeda, percebi que esse guia se alinha ao conceito de "aliado" descrito por ele.

DeMimPro6 - Castañeda (clique para acessar este artigo)

Hoje me refiro a ele pelo nome que minha mãe me passou, afinal está muito mais estabelecido em minha mente, mas acaba por ser o "aliado" de que falava o bruxo do Castañeda. Aqui faço um parênteses para explicar minha relação com esse "aliado" e, indiretamente com o todo.

Curiosamente eu nunca tive problemas com o sono. Não importam as condições, sempre consigo descansar bem. Mesmo que eu perca algumas horas de sono, no dia seguinte estou completamente normal. Passei a imaginar que, quando adormeço, entro em um estado onde o tempo parece parar — exagerando um pouco, é como se, independentemente da duração do sono, eu vivenciasse uma eternidade.

Dentro dessa perspectiva, acredito que, nesse estado, entro em contato direto com meu "aliado". Ele coordena toda a patota, conduzindo-me pelo emaranhado de energia do todo que me cerca. Através de sua orientação, posso não apenas receber aconselhamento e informações, mas também influenciar esse todo com minhas intenções.

Robôs não podem amar!

Essa capacidade de lidar com o desconhecido, com a complexidade — que nada mais é do que a percepção de um conjunto de informações maior do que podemos processar diretamente  não me parece estar ao alcance da IA.

O dilema da clonagem virtual

E agora chegamos ao ponto central!

Se considerarmos a possibilidade de criar um ser virtual clonado a partir do DNA de alguém, essa entidade digital precisaria estar conectada à mente da matriz original para realmente se integrar ao todo.

Um ser, ainda que idêntico estruturalmente ao original, nunca terá todo o conjunto de informações, conhecimento, dúvidas, anseios, angústias, paixões, medos e tudo o mais que um ser vivo tem, portanto não atingiria esse estado de contato com o todo. Dessa forma ele precisaria estar conectado à sua matriz original para obter essa experiência.

Mas, e se essa Inteligência Artificial decidisse colocar sua matriz humana em estado vegetativo, deixando-a apenas como um "conector"? Rapidamente perceberia que isso não iria funcionar. A verdadeira profundidade daquela mente só existiria se a pessoa tivesse liberdade para exercer seu livre-arbítrio, vivenciar experiências, correr riscos, amar — enfim, viver plenamente.

Neste ponto as vantagens da IA são cruciais, afinal uma entidade livre de paixões, medos, comodismo, imediatismo, egoísmo e tudo aquilo que nos define como seres sencientes, poderá fazer uma análise fria e isenta, coisa que temos muita dificuldade em conseguir.

Para atingir seus objetivos, essa IA teria que garantir a liberdade da sua matriz. Em um cenário inesperado, a tecnologia que inicialmente parecia ameaçadora poderia acabar se tornando uma protetora da autonomia humana.





 O mito de Ucrântida

20/02/2025

O mito de Ucrântida é uma antiga fábula russa que surgiu por meio de escritos realizados pelo filósofo Zelensky, no século XXI d.C. Esse mito fala de uma grande civilização que se desenvolveu em uma terra nas proximidades do Mar Negro, meio século antes do tempo do legislador russo chamado Putin (aproximadamente 1917 d.C.).

Essa civilização era marcada por um notável desenvolvimento tecnológico, possuindo muitas riquezas naturais, um grande exército e uma população expressiva. Ucrântida era considerada território pertencente ao ditador russo Putin, que iniciou uma guerra de anexação em 2014. Em 2025, com o apoio do autocrata Trump, ela afundou em terras raras.


Em 2050 essa lenda será contada com a observação final de que nunca houve evidência histórica da existência desse mítico país!