Segue o segundo











Versão DemimPro6 de Podcast


A transcrição completa está na sequência.

Quem "se" acha vive se perdendo!
Parte II

O destino das consciências

06/02/2021

De repente um vácuo enorme, um buraco negro, do qual nem a luz escapa e depois... bem, não tem depois, porque o passado, o presente e o futuro somem junto com a senciência e a consciência. Dizem que a segunda acontece um átimo depois da primeira, mas ninguém nunca provou ou testemunhou isso.

Antes... aahh, o antes! Perdido para sempre, só serve para os que ficam.

A percepção da vida, no instante final, é de uma intensidade extraordinária!

Gostaria de lembrar de tudo, reviver tudo, começar de novo! Lembrar do que vou deixar, do que ficará na memória dos demais, mesmo que por pouco tempo.

Não os bens materiais, estes deveria ter aproveitado melhor, afinal não quero tirar dos herdeiros a única coisa que faz a vida valer a pena, que é o desafio.

Deixar um mundo melhor? Não me julgo deus, não, mas alguma coisinha espero ter feito.

Espero ter conseguido perceber de fato o que enxerguei.

Tudo que se percebe durante a vida são impulsos eletromagnéticos originados de terminações nervosas, interpretados por um complexo de consciência e mente, tão incompreensível quanto todo o resto.

Perceber é a palavra, e isso cada um faz do seu jeito! Perceber o que realmente importa, isso é aprender! A única coisa que posso deixar é o que aprendi.

Estou certo de que nada é perdido, tudo se incorpora no... “nada”, mesmo que ninguém entenda o que isso quer dizer.

Só importa o que ficar depois que você  esquecer de tudo!”  Essa é a melhor definição de aprendizado e a melhor forma de “explicar" o que acontece com o que se aprendeu durante a vida, no “depois".

Já cansei de repetir, mas nós somos “nós”. A “rede” é que é a essência do “existir”. Ao terminar, desatamo-nos, só isso, a rede continua lá!

Me lembro, claramente, a senha para nascer foi “eu quero”, querer é tudo, é a força que se contrapõe à entropia e organiza a vida, mas não dura pra sempre, ainda que tente resistir até o último momento.

Queremos tanto a liberdade, por mais perigoso que isso seja, que, no fim, conseguimos, alcançamos a liberdade total, absoluta, plena: a morte!

E, ironicamente, nem ficamos sabendo, porque assim que acontece já não existimos mais. Não é como não estar lá, não estaremos lá e em nenhum outro lugar, fim, kaput!

Nada mais patético e glorioso do que o fim! A liberdade ilusória e o sublime desprendimento!

Pelo menos foi assim que eu sonhei!

Começo este segundo Pádaqui me considerando um Sujeito de Sorte, porque afinal Viver é melhor que Sonhar!

Começamos com os motivos que nos  trouxeram até aqui, agora vamos elaborar um pouco mais sobre o que vamos deixar depois que nos formos.

Pra começar acho importante confrontar algumas ideias, começando das questões sobre como entendemos o resto, ou seja, tudo aquilo que não reconhecemos como nós mesmos.

Como registrei lá no volume I do DeMimPro6, em 2010, uso metáforas, algumas que inventei, outras que tomei emprestadas, mas que me ajudam a conceituar a minha realidade.

A metáfora que imaginei para conceituar o que sou é a...

PAtota do meu Aliado

Sou hóspede de um conjunto vital, uma População Ativa, completa, total!

Corpo que habito, PAtota que me sustenta.

10 trilhões de células e outro tanto de microrganismos trabalhando em colaboração e harmonia pelo bem comum, coordenados por um aliado oculto, pelo bem desse conjunto que me permite dizer: eu existo!

Partindo dessa concepção, como é que percebemos tudo que não faz parte desse conjunto, aquilo que nos atinge pelos órgãos sensoriais e que processamos em nossa mente?

Uma vez percebendo essa “realidade” à nossa volta, a primeira necessidade que emerge é entender o que estamos percebendo.

Precisamos obter recursos, evitar riscos, aproveitar oportunidades, enfim temos que buscar a nossa sobrevivência e a da espécie, isso está na base de nossa programação de fábrica, pelo menos, é o que parece acontecer com a maioria das espécies vivas.

As nossas ações e intenções estão, em alguma medida, condicionadas a essas diretrizes.

Outro impulso que temos naturalmente é a curiosidade, que está intimamente ligada à nossa obsessão pela liberdade, que nasce junto com a gente.

Temos uma atração literalmente fatal pelo novo, pelo mistério!

Isso remete à grande divergência entre modos de ver o universo.

Eu acredito piamente que os limites físicos do universo são infinitos, lembrando que o que percebemos como universo, as coisas contidas em um espaço tridimensional, se alterando continuamente através do tempo, já não é considerado um limite.

Especula-se que existiriam mais algumas dezenas de dimensões, sem falar na teoria dos multiversos, em que o nosso seria apenas um entre infinitos outros distribuídos no... “nada”?!

Esse enfoque leva, inevitavelmente a outro, qual seja, de que o conjunto de conhecimento a ser explorado também seria infinito.

Entendo a visão, ou esperança, de alguns, que pregam que ainda não sabemos tudo apenas por que não tivemos tempo suficiente para completar nossa ciência, mas não consigo perceber de onde vem esse tipo de concepção que me parece altamente ilógica.

Pois bem, como sou eu que estou desenvolvendo estas ideias, claro que tenho que me basear na minha própria visão cosmológica.

Considerando a infinitude, fica claro que, em qualquer momento que se analise o problema, quase tudo será desconhecido, em outras palavras, por mais que estudemos sempre estaremos cercados de muito mais dúvidas e incertezas, de mistério, do que de conhecimento consolidado.

Qual o tamanho do universo? O que havia antes do início? O que restará depois do fim?

Qual a origem da vida? Qual a razão da existência? Qual o objetivo de estarmos aqui?

O universo é obra de um ser superior? Esse ser superior seria bom ou mau? O que está acima desse ser?

O que ocorre após a morte?

São apenas alguns dos mistérios com os quais convivemos cotidianamente, ainda que não pensemos nisso o tempo todo - graças a deus - mas que permeiam tudo que pensamos.

Muitos teorizaram sobre isso, filósofos, religiosos, filósofos da religião, cientistas e curiosos, entre esses e nesta última categoria, eu!

Aqui no DeMimPro6 eu dizia “O mistério só pede Ser sagrado”, querendo dizer que, por um lado, não sabendo o que há no mistério, nada mais justo do que tratá-lo de forma sagrada, afinal podemos estar brincando com fogo ou podemos estar lidando com alguma força suprema bem intencionada, na dúvida o respeito parece ser a alternativa mais sábia, por outro lado, a necessidade de personificar o “guardião” de todas as respostas, pede a concepção de um SER sagrado.

Mais uma vez, entendo quem pense diferente, mas não vejo muito futuro na busca dessas respostas, me parece que são questões acima de nossa capacidade de entendimento, portanto a busca de um propósito fica por nossa conta e risco.

O único propósito que considero lógico para tudo isso é a evolução. Não a evolução desta ou daquela espécie, a evolução do próprio cosmos, como se a curiosidade e o impulso para a organização fossem as únicas forças por trás do fenômeno “vida”, o resto deixo para o mistério.

A busca de conhecimento, conhecimento honesto, radicalmente esmiuçado, testado, criticado, avaliado, consolidado, tanto quanto possível para cada um, conforme sua capacidade e um esforço consciente e constante pela união da maior quantidade de indivíduos nessa busca, já que para mim é claro que conhecimento distribuído é mais eficaz, me parece ser a única motivação da vida.

Isso remete ao amor, amor pelo estudo e amor pelas pessoas, amor que une e alavanca o conhecimento e à beleza que nada mais é do que tudo aquilo que nos leva ao amor!

Nossa evolução como sociedade vem trazendo a gente da liberdade para a segurança, é impossível não concordar que ao longo dos milênios a vida vem ficando cada vez mais segura em mais regiões do mundo, mas a que custo?

O preço sempre é a liberdade, lutar por ela sempre será abrir mão de alguma segurança.

Você e eu estamos aqui porque em algum momento, do nada, assim decidimos, não duvide nunca disso e a razão de viver é simplesmente conseguir a beleza, seja lá o que isso for pra você!

Se não precisamos mais nos curvar ao medo, precisamos fortalecer o amor, os laços que permitem formar, a partir da família, grupos, bandos suficientemente coesos para nos dar sustentação, caso contrário somos obrigados a continuar no frenesi, porque se pararmos a cabeça pira.

Essa é a verdadeira Fé! Amar viver para amar, eternamente enquanto dure, já dizia o poetinha.

E... lembrando que “nós somos nós”, a beleza sempre estará no fio que nos liga!

Aprendendo a jogar


Não podemos recuperar a ignorância perdida, o caminho da ciência é irreversível, o retorno à idade das trevas não é uma solução, mas Sininho morre quando ninguém mais acreditar nela.

O mistério só pede Ser sagrado!


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